<p>No último dia 19, terça-feira, a Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo promoveu uma roda de conversa intitulada &#8220;Linguagem e comunicação não capacitista na prática&#8221;, que reuniu diversos profissionais para discutir o uso de linguagem capacitista e seu impacto na vida das pessoas com deficiência. O evento faz parte da programação do Dia Nacional da Pessoa com Deficiência, celebrado em 21 de setembro, e busca conscientizar a sociedade sobre a importância de uma comunicação inclusiva e respeitosa.</p>



<p>A linguagem capacitista, caracterizada pelo uso de expressões preconceituosas ou estigmatizantes relacionadas à deficiência, foi o ponto central das discussões. Expressões como &#8220;deu uma de João sem braço&#8221;, “como cego em tiroteio”, “portador de necessidades especiais” ou &#8220;deixa de ser retardado&#8221; foram exemplos citados durante o evento. Segundo os participantes, esse tipo de linguagem não apenas reforça estereótipos, mas também cria barreiras para a plena inclusão das pessoas com deficiência na sociedade.</p>



<p>Marcos da Costa, secretário dos Direitos da Pessoa com Deficiência do estado de São Paulo, destacou a gravidade da questão: &#8220;Essa é uma discussão muito séria e muito importante porque demonstra que a forma de se dirigir a uma pessoa com deficiência é a imagem que se constrói ou não de cidadania&#8221;. Ele ressaltou que é fundamental reconhecer a pessoa com deficiência como um cidadão com direitos e deveres, e não diminuir sua condição por meio de linguagem preconceituosa.</p>



<p>Ana Clara Schneider, fundadora e diretora executiva da agência Sondery, uma consultoria de acessibilidade criativa, explicou que a linguagem capacitista pode se manifestar de várias formas, seja por meio de superação, vitimização, infantilização ou assistencialismo. Ela enfatizou que é necessário desconstruir estereótipos para promover uma comunicação inclusiva e destacou a responsabilidade social da comunicação na construção de uma sociedade mais igualitária.</p>



<p>Para combater o capacitismo na linguagem, os participantes enfatizaram a importância de ouvir as pessoas com deficiência e evitar expressões preconceituosas em seu vocabulário. Fábio de Sá, ator e digital influencer, destacou que a comunicação é essencial para a compreensão mútua e que é possível quebrar barreiras por meio dela.</p>



<p>Silvana Pereira Gimenes, coordenadora do programa de Emprego Inclusivo da Secretaria de Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, incentivou as pessoas a se policiarem e a buscar constantemente melhorar sua comunicação, eliminando termos que possam ofender ou prejudicar o outro. Ela enfatizou que a acessibilidade deve ser uma prática constante e intencional.</p>



<p>A roda de conversa destacou a importância de uma mudança cultural em relação à deficiência, promovendo uma visão de que todas as pessoas são capazes e merecem respeito. A comunicação inclusiva foi apontada como um caminho fundamental para alcançar esse objetivo, e os participantes concordaram que a eliminação do capacitismo na linguagem deve ser um esforço contínuo de toda a sociedade.</p>
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Linguagem capacitista: O impacto invisível que reforça o preconceito contra pessoas com deficiência
Roda de conversa Promovida pela Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo aborda a importância de uma comunicação não capacitista
