Os municípios do interior do Ceará Sobral, Itapipoca, Camocim, Itarema e Acaraú, que começaram a adotar medidas mais rígidas de distanciamento social segunda-feira (1º), têm, juntos, 410 leitos ativos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e de enfermarias para pacientes com Covid-19.
Nesta terça-feira (2), a taxa de ocupação desses leitos, é de 81,46%, conforme dados das secretarias municipais de saúde e da plataforma IntegraSus, da Secretaria da Saúde (Sesa) do Ceará.
Ao todo, nas cinco cidades, há 334 pessoas internadas em decorrência da Covid-19 neste momento. Dos cinco municípios, Camocim e Acaraú não têm leitos de UTI. Já Sobral, Itapipoca e Itarema contam com 137 leitos de UTIs ativos. Destes, 136 estavam ocupados (99,27%) na manhã desta terça-feira.
Em Itarema há 5 leitos de semi UTI, destinados a pacientes que exigem cuidados intensos, mas que não necessitam de monitoramento permanente. Além disso, as cinco cidades, juntas, têm 268 leitos de enfermarias. Deste total, 198 estavam ocupados.
As cinco cidades da região Norte, além de Caucaia e Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, consta no decreto publicado no último sábado (30), pelo governador Camilo Santana (PT), como municípios que devem implementar medidas mais rígidas de isolamento social, assim como aconteceu em Fortaleza. Apesar das determinações, várias ações de desrespeito ao isolamento foram registradas no primeiro dia de validade dos decretos municipais.
Ocupação em Sobral
Juntas, as cinco cidades do interior somam 4.852 casos confirmados da doença, segundo a última atualização do IntegraSus. Sobral tem o maior número de infectados do Interior e segundo maior número de confirmações do Ceará, atrás apenas de Fortaleza.
O maior município da Região Norte também tem o maior número de leitos de UTI e enfermarias. Segundo a Prefeitura, são 120 UTIs (119 ocupadas) e 169 enfermarias (123 ocupadas) distribuídas no Hospital Regional Norte, na Santa Casa de Misericórdia de Sobral, no Hospital de Campanha Dr. Alves e no Hospital Dr. Estevam.
O isolamento social ainda é a principal saída para tentar prevenir o contágio da doença. “A velocidade da contaminação pode elevar rapidamente o número de casos. Com o agravamento desses casos, ainda que haja aumento na estrutura física, pode haver sobrecarga das equipes assistenciais”, avalia a coordenadora do Controle de Infecção Hospitalar do HRN, Diana Muniz. Ela reitera que o distanciamento contribui para que o sistema de saúde não seja sobrecarregado.
Pacientes com comorbidade
Com a escassez de leitos nas unidades, pacientes que precisam de atendimento por conta de outras doenças são prejudicados. “Existem as outras comorbidades que não deixaram de existir, como o AVC e o infarto, que são provocados inclusive por diabetes, hipertensão, obesidade, fatores de risco de maior mortalidade em pacientes que adquirem Covid-19″, explica o neurologista, Gustavo Vieira Rafael.
Fonte: G1