Um dado alarmante acende o sinal vermelho para a segurança pública de Itapipoca. De acordo com a nova edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgada nesta quinta-feira (24), o município é a 11ª cidade mais violenta do Brasil, registrando uma taxa de 63,8 homicídios por 100 mil habitantes. O estudo considera cidades com mais de 100 mil habitantes e leva em conta crimes como homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e mortes decorrentes de intervenção policial.
O levantamento aponta que a maioria das cidades mais violentas do país está concentrada no Nordeste. Maranguape, também no Ceará, lidera o ranking nacional com uma taxa de quase 80 mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes. Na sequência aparecem Jequié (BA), com taxa de 77,6; Juazeiro (BA); Camaçari (BA); e Cabo de Santo Agostinho (PE).
A violência, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), está fortemente associada a disputas entre facções criminosas pelo controle do tráfico de drogas.
Governo do Estado reage
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) reconheceu os números preocupantes, mas ressaltou que houve redução de 17,9% nos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) na Região Metropolitana de Fortaleza durante o primeiro semestre de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. Em Maranguape, por exemplo, os homicídios caíram de 55 para 39.
Apesar da resposta oficial, a SSPDS não divulgou dados específicos sobre Sobral, o que tem gerado apreensão entre moradores e lideranças locais diante da ausência de ações visíveis e efetivas de combate à violência em algumas cidades do interior.
Nordeste domina o ranking
Segundo o Anuário, 16 das 20 cidades mais violentas do Brasil em 2024 estão localizadas no Nordeste. A Bahia concentra cinco das dez primeiras colocadas, refletindo o impacto da atuação de grupos criminosos na região.
Estados mais violentos em 2024
O Amapá lidera o ranking de estados mais violentos do Brasil, com taxa de 45,1 mortes violentas por 100 mil habitantes, mesmo com uma queda de 30,6% em relação a 2023. Em seguida aparecem Bahia (40,6) e Ceará (37,5). São Paulo continua sendo o estado com menor índice de violência letal: 8,2 por 100 mil habitantes.
Outros destaques do Anuário de 2024:
- Violência contra a mulher: 1 em cada 5 medidas protetivas urgentes foi descumprida pelos agressores.
- Roubos e furtos de celulares: caíram 12,6%, mas ainda somaram mais de 917 mil casos; apenas 8% dos aparelhos foram recuperados.
- Investimento em segurança pública: cresceu 6% e alcançou R$ 153 bilhões. Os municípios investiram 60% mais do que em 2021.
- Armas: registros de novas armas caíram 79% desde 2022. A produção caiu 92,3% desde 2021.
- Sistema prisional: o número de pessoas presas subiu 6% e chegou a 909.594; o déficit de vagas ultrapassa 237 mil.
- Educação: Rio Grande do Norte e Santa Catarina lideram as interrupções de aulas por conta de violência próxima às escolas; o Rio de Janeiro aparece em terceiro.
- Bullying: cresce o número de casos, com 47% das vítimas sendo crianças a partir de 10 anos e 58% dos casos de cyberbullying afetando adolescentes entre 14 e 17 anos.