<p>A Polícia Federal cumpriu dois mandados de busca e apreensão no Ceará como parte da Operação Catilinárias, deflagrada nesta terça-feira (15), a partir de provas obtidas na Operação Lava Jato. O deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) e o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado estão no alvo das investigações.</p>
<p>Agentes da PF cumpriram determinação judicial na casa de Sergio Machado, no Bairro Dunas, em Fortaleza. Eles chegaram ao local por volta de 8 horas. Dois carros da Polícia Federal e outro do Ministério Público Federal estacionaram no portão da casa de Machado e cerca de 10 agentes entraram nas dependências. Um chaveiro foi chamado e esteve na residência durante a estada da PF na casa.</p>
<p>Aníbal Gomes é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) pela suspeita de participar de reuniões com empreiteiros para tratar de valores de propinas obtidas em contratos com a Petrobras. O envolvimento de Aníbal Gomes no esquema foi denunciado pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa.</p>
<p>Segundo o ex-executivo, que é delator da Lava Jato, o deputado era um emissário do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que dava sustentação política para que Costa continuasse como diretor da estatal.</p>
<p>Na época em que foram divulgadas as denúncias, Aníbal Gomes negou as acusações e disse que não houve entrega ou promessa de recursos para ninguém.</p>
<p>Em depoimento à Justiça Federal do Paraná, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que tinha conhecimento de que a Transpetro repassava propina a políticos. Ele relatou aos procuradores da República ter recebido R$ 500 mil de Sérgio Machado, em razão de a diretoria que ele comandava à época ter participado da contratação de navios para a subsidiária da Petrobras.</p>
<p>Ainda segundo o relator, a propina foi paga em dinheiro na casa de Machado, no Rio. Costa ressaltou no depoimento que não lembra quando ocorreu o negócio, mas que teria sido entre 2009 e 2010. &#8220;[O dinheiro] foi entregue diretamente por ele [Machado], no apartamento dele no Rio de Janeiro&#8221;, contou Paulo Roberto Costa.</p>
<p>Após as denúncias, Sérgio Machado se afastou da gestão da empresa para que fossem &#8220;feitos os esclarecimentos&#8221; necessários.</p>
<p>Em nota, a assesoria júridica de Sérgio Machado disse &#8220;que ele está à disposição de todos os órgãos envolvidos nas investigações [&#8230;] para prestar os esclarecimentos solicitados&#8221;. A nota diz, ainda, que o &#8220;ex-presidente da Transpetro reitera estar certo da lisura de sua gestão à frente da empresa e tem total confiança no trabalho dos investigadores e da Justiça&#8221;.</p>
<p><strong>Operação da PF</strong><br />
Nesta terça-feira (15), a Polícia Federal cumpre mandados de busca na casa do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e na Câmara, em Brasília. A PF também foi a endereços de dois ministros, deputados e senadores.</p>
<p>Os mandados, expedidos pelo ministro Teori Zawascki, estão sendo cumpridos no Distrito Federal (9) e nos estados de São Paulo (15), Rio de Janeiro (14), Pará (6), Pernambuco (4), Alagoas (2), Ceará (2) e Rio Grande do Norte (1).</p>
<p>As buscas ocorrem na residência de investigados, em seus endereços funcionais, sedes de empresas, em escritórios de advocacia e órgãos públicos.</p>
<p>As medidas decorrem de representações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal nas investigações que tramitam no Supremo. Elas têm como objetivo principal evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados.</p>
<p>Fonte: G1</p>
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