Netanyahu rejeita criação de Estado palestino e anuncia expansão de colonatos na Cisjordânia

Premiê israelense criticou reconhecimento do Estado palestino por países ocidentais e prometeu resposta após retorno da Assembleia Geral da ONU.

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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo (22) que não haverá Estado palestino “a oeste do Rio Jordão”. A declaração foi feita em um vídeo dirigido a líderes ocidentais, principalmente do Reino Unido, Canadá e da Austrália, que recentemente reconheceram oficialmente o Estado palestino.

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“Tenho uma mensagem clara para os líderes que reconhecem um Estado palestino após o massacre atroz de 7 de outubro: vocês estão a oferecer uma enorme recompensa ao terrorismo”, disse Netanyahu, em mensagem divulgada pelo seu gabinete.

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O premiê acrescentou que seu governo vai ampliar os colonatos judeus na Cisjordânia ocupada, em resposta às iniciativas de reconhecimento internacional. “Durante anos, impedi a criação desse Estado terrorista, apesar das enormes pressões, tanto dentro do país quanto internacionalmente. Fizemos com determinação e sabedoria política. Foram duplicados os colonatos judeus na Judeia e Samaria e continuaremos nesse caminho”, afirmou.

Netanyahu prometeu ainda uma reação oficial na próxima semana. “A resposta à última tentativa de nos impor um Estado terrorista no coração do nosso país será dada após o meu regresso dos Estados Unidos. Vamos esperar”, advertiu.

O líder israelense embarca nesta semana para Nova York, onde participará da 80ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). Também está previsto um encontro com o presidente norte-americano, Donald Trump.

Na véspera do evento, França e Arábia Saudita organizam uma conferência de alto nível sobre a solução de dois Estados, na qual Paris deve formalizar o reconhecimento do Estado palestino. Além da França, Bélgica, Malta, Luxemburgo, Andorra e San Marino também deverão oficializar a decisão.

Antes da mensagem de Netanyahu, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel já havia rejeitado “categoricamente” o reconhecimento unilateral por parte do Reino Unido e outros países, classificando a medida como um ato que “não promove a paz” e que “desestabiliza ainda mais a região”.

De acordo com o governo israelense, essa decisão “mina as hipóteses de alcançar uma solução pacífica no futuro” e representa uma recompensa aos ataques cometidos pelo grupo Hamas em 7 de outubro de 2023. “A medida vai contra qualquer lógica de negociação e afasta ainda mais a paz desejada”, acrescentou o MNE em comunicado, acusando a Autoridade Palestina de não adotar medidas eficazes contra o terrorismo.

Na rede social X, a diplomacia israelense também criticou o posicionamento britânico, descrevendo o reconhecimento como uma “recompensa para o jihadista Hamas”. “Os próprios líderes do Hamas admitem abertamente: esse reconhecimento é consequência direta, fruto do massacre de 7 de outubro”, afirmou a chancelaria, pedindo a Londres que não permita que a ideologia jihadista dite suas políticas.

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