Banco do Brasil é apontado em estudo por envolvimento no comércio de escravizados durante o século XIX

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Uma pesquisa elaborada por 14 acadêmicos de universidades brasileiras e americanas, no âmbito de um inquérito civil conduzido pelo Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro, revela indícios do envolvimento do Banco do Brasil (BB) no comércio de escravizados durante o século XIX. O estudo, entregue à presidente do BB, Tarciana Paula Gomes Medeiros, aponta para vínculos diretos entre traficantes de escravos e o capital investido na instituição financeira.

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O procurador da República Julio José Araujo Junior, responsável pelo ofício enviado ao BB, estabeleceu um prazo de 15 dias úteis para que a instituição se manifeste. O documento destaca que a pesquisa revela a presença de acionistas e diretores do banco que estavam diretamente ligados à propriedade de escravizados.

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O estudo contextualiza a história do BB, criado em 1808 e refundado em 1853, após a Lei Feijó de 1831, que proibia o tráfico de escravos, mas não foi efetivamente cumprida. Os pesquisadores evidenciam a relação entre o banco e a economia mercantil escravista, ressaltando que recursos oriundos do tráfico de escravizados teriam contribuído para fundar o banco.

Dentre os nomes citados no estudo, destaca-se José Bernardino de Sá, maior acionista individual do BB, que era um dos principais traficantes do Atlântico Sul nas últimas décadas do tráfico de africanos para o Brasil. O documento também menciona figuras corporativas, como João Pereira Darigue Faro, vice-presidente do BB em 1855, e João Henrique Ulrich, diretor em 1854, ambos com ligações diretas com a propriedade de escravizados.

O estudo conclui que boa parte do capital que constituiu o Banco do Brasil era proveniente do tráfico e dos negócios ligados à escravidão. Diante dessas revelações, o MPF busca, em conjunto com setores da sociedade civil, propostas de reparação a serem oferecidas pelo banco à população afrodescendente.

O Banco do Brasil, por meio de comunicado, lamentou profundamente sua ligação histórica com o tráfico de escravizados e destacou seu compromisso com a equidade étnico-racial. A instituição se mostrou aberta a esclarecimentos, participação em iniciativas e ações para promover a igualdade racial, destacando a atual presidente, Tarciana Medeiros, como a primeira mulher negra a assumir o cargo.

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