Estudo revela que pterossauros jovens tinham comportamento semelhante ao das aves atuais

Pesquisa realizada por cientistas brasileiros desvenda comportamento e desenvolvimento da espécie Caiuajara dobruskii

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Em um estudo recentemente publicado no periódico científico internacional Historical Biology, pesquisadores do Museu Nacional, da Universidade Regional do Cariri e da Universidade do Contestado revelaram uma descoberta fascinante sobre a espécie de pterossauro Caiuajara dobruskii. Os fósseis encontrados no interior do Paraná, em rochas do município de Cruzeiro do Oeste, representaram um importante achado para a paleontologia nacional, pois foi a primeira vez que esses répteis alados foram encontrados fora da Região Nordeste. A pesquisa revelou que a maioria desses fósseis pertencia a indivíduos em seus primeiros anos de vida, demonstrando um comportamento semelhante ao das aves atuais.

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O Caiuajara dobruskii, um pterossauro de pequeno porte com uma envergadura que variava de 0,65 metros a 2,35 metros, viveu durante o período Cretáceo, aproximadamente entre 90 e 70 milhões de anos atrás. Os cientistas constataram que cerca de 80% da amostra de fósseis pertencia a indivíduos juvenis, indicando que essa região do Paraná provavelmente servia como um ponto de reprodução para esses pterossauros.

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O comportamento de agrupamento dos jovens pterossauros, conhecido como creching, é uma estratégia de sobrevivência observada em aves atuais. Esse comportamento permite uma melhor regulação da temperatura e a proteção dos indivíduos contra predadores. O líder da pesquisa, o doutorando Esaú Araújo, explicou que essa descoberta fornece novas informações sobre o comportamento e a biologia desses antigos répteis voadores.

Além da análise dos fósseis, os pesquisadores também realizaram um estudo paleohistológico das amostras. A partir das microestruturas dos ossos, eles puderam determinar o grau de desenvolvimento dos indivíduos, suas taxas de crescimento, fisiologia e aspectos comportamentais. A constituição óssea do Caiuajara dobruskii apresentava um córtex ósseo extremamente fino e a presença de um complexo ósseo tecidual chamado fibrolamelar, similar ao observado em diferentes espécies de pterossauros.

Essas características sugerem que o Caiuajara dobruskii apresentava altas taxas de crescimento, comparáveis às das aves atuais. A espécie crescia em um ritmo mais acelerado do que outras espécies de pterossauros encontradas na China, Argentina e Alemanha.

O trabalho realizado pelos cientistas envolveu uma colaboração entre diferentes instituições e também contribui para a reconstrução do Museu Nacional/UFRJ, cuja sede foi destruída por um incêndio em setembro de 2018. O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, ressaltou que essa descoberta é mais uma prova de que o Museu Nacional está vivo e que cientistas brasileiros continuam fazendo importantes contribuições para a paleontologia e a compreensão da história da vida na Terra.

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