Em uma escalada sem precedentes na tensão entre Israel e Irã, forças israelenses atacaram uma importante instalação nuclear iraniana nesta quinta-feira (19), enquanto mísseis iranianos atingiram áreas civis em Israel, incluindo um hospital no sul do país. O conflito ganha proporções internacionais, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugerindo que Washington poderia se unir militarmente a Israel.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que continuará com a ofensiva até desmantelar completamente o programa nuclear iraniano, considerado por ele uma “ameaça existencial”. Netanyahu ainda declarou que os ataques poderiam levar à queda da atual liderança do Irã, reiterando que Israel fará “o que for necessário” para garantir sua segurança nacional.
Segundo as Forças de Defesa de Israel, o alvo da última operação foi a instalação nuclear de Khondab, próxima à cidade iraniana de Arak. A ofensiva atingiu um reator de pesquisa de água pesada, ainda em construção. Esse tipo de reator pode ser usado para produzir plutônio, um dos elementos utilizados na fabricação de armas nucleares.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de vigilância nuclear da ONU, confirmou ter recebido informações sobre danos à estrutura do reator, mas destacou que ele não continha material radioativo. A agência também afirmou não haver indícios de que outra instalação próxima, responsável pela produção de água pesada, tenha sido afetada.
O Irã nega buscar armas nucleares e insiste que seu programa tem fins exclusivamente pacíficos. Já Israel, apesar de não confirmar oficialmente, é amplamente considerado como detentor de um arsenal nuclear.
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A mídia estatal iraniana relatou que dois projéteis atingiram áreas próximas à instalação nuclear de Khondab, mas sem relatos de riscos de radiação. Em resposta ao ataque israelense, o Irã lançou mísseis contra alvos em território israelense, incluindo a cidade de Beersheba, onde um hospital foi parcialmente atingido.
De acordo com o Ministério da Saúde de Israel, o hospital Soroka sofreu danos leves em sua sala de emergência e outros prédios próximos, mas segue em funcionamento. O ataque deixou vários feridos leves. A Guarda Revolucionária do Irã declarou que seu alvo era um centro de comando militar israelense próximo ao hospital.
O ataque ocorre quatro dias após um míssil israelense atingir um hospital na província de Kermanshah, no oeste do Irã, intensificando a troca de agressões entre os dois países.
No cenário internacional, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, fez declarações que aumentam a incerteza sobre uma possível participação americana no conflito. Inicialmente, Trump indicou que a guerra poderia ser encerrada caso o Irã aceitasse novas restrições severas em seu programa nuclear, mas Teerã já afirmou que não negociará sob ataque.
As negociações entre Washington e Teerã, que estavam previstas para o último domingo, foram canceladas. Desde então, Trump passou a adotar um tom mais agressivo nas redes sociais, chegando a sugerir a eliminação do líder supremo iraniano, Ali Khamenei, e exigindo a rendição incondicional do regime iraniano.