Eletricista de Itapipoca vai a Fortaleza em busca de emprego em semáforos

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As maiores angústias de José Maria Silva, de 39 anos, estão na falta de perspectiva para o futuro. Natural de Itapipoca, município a 135 quilômetros de Fortaleza, o cearense está dentro do grupo de 11,4 milhões de desempregados no Brasil.

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Com dois filhos para sustentar, um de sete e outro de 13 anos, José Maria encontrou há dois meses uma forma inusitada de procurar emprego. Com um cartaz em mãos com a frase “Por favor, ajude com leite, fralda, alimento ou trabalho” e seu contato telefônico, o cearense foi às ruas da Capital para tentar conseguir uma forma de sustento para a família.

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A necessidade de sustento faz com que José Maria saia toda semana de Itapipoca para buscar emprego nos sinais de Fortaleza. Mas quem pensa que ele possui um canto para se abrigar está enganado. Todas as vezes em que José Maria vem à Capital, ele conta com um pequeno espaço de uma lanchonete, situada na  Avenida Desembargador Moreira, para se proteger.

Em entrevista ao Tribuna do Ceará, o homem disse que faz serviços de eletricista, mas devido às circunstâncias está topando qualquer proposta. “Eu pego serviço hidráulico também. O desejo do meu coração é fazer com que esse serviço se expanda, porque estou precisando muito”, conta.

José Maria destaca o pensamento positivo. “Eu fico parado esperando alguém ligar ou me chamar. Já peguei um serviço ou outro, mas ainda é complicado por questão de confiança. É difícil fazer com que as pessoas acreditem no que tem escrito ou então no meu caráter”, relata.

Placa utilizada por José Maria para pedir emprego (Foto: Matheus Ribeiro / Tribuna do Ceará)
Placa utilizada por José Maria para pedir emprego (Foto: Matheus Ribeiro / Tribuna do Ceará)

Vivência

Entre as diversas experiências que José Maria possui na vida, uma delas é lembrada pelo sentimento de medo. Segundo o eletricista, em uma das noites na qual dormiu na rua, ele contou que passou por momentos de sufoco. “Uma vez um homem me acordou tacando uma barra de ferro em mim. Ele tava dizendo que eu estava ali para fazer algo de ruim com ele. Sofri bastante para poder explicar que queria um sustento e não fazer mal a alguém”.

Quando perguntado que tipos de emprego ele já tentou, o cearense foi enfático. “Já tentei de tudo. Uma vez tentei ser pastorador de carro, mas é muita confusão. Os cuidadores de carro saem no tapa mesmo e pode sobrar algo pra você, mesmo você fazendo um serviço direitinho. E muitas vezes tem um chefe do pedaço. Ele que manda naquela área e pra que você fique lá tem que seguir algumas regras que ele determina. Então é um tipo de serviço que não da pra mim”, explicou.

Sustento

Precisando sustentar a família, José Maria diz que consegue se virar através de pequenos serviços que pega semanalmente. “Eu fico nas esquinas e as pessoas me ligam depois ou simplesmente param e perguntam quanto cobro pra fazer tal serviço. E assim vou levando a minha vida até conseguir de fato algum emprego”, afirma.

Mesmo com a urgência, o trabalhador diz que o baixo salário mínimo, na verdade, não garante sustento. “Se eu for morar em Fortaleza, pago no mínimo R$ 450 de aluguel. Isso já dá mais da metade do salário. Ainda tem água, luz e alimentação para mim e para os meus filhos. Isso é complicado, mas já me ajudaria muito”, finaliza.

SERVIÇO

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José Maria – 9.9769.8080

Tribuna do Ceará

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