Número de idosos conectados à internet quase quadruplica no Brasil entre 2016 e 2024

Acesso entre pessoas com 60 anos ou mais cresce 278% em oito anos, revela pesquisa do IBGE; uso da rede se aproxima de 70% nesse grupo.

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O número de idosos brasileiros com acesso à internet saltou de 6,5 milhões em 2016 para 24,5 milhões em 2024, o que representa um crescimento de 278%. Com esse avanço, quase 70% (69,8%) das pessoas com 60 anos ou mais passaram a utilizar a internet, contra 44,8% registrados em 2016.

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Os dados fazem parte do suplemento sobre tecnologia da informação e comunicação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgado nesta quinta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento considera informações coletadas no último trimestre de 2024, com base em hábitos dos brasileiros nos 90 dias anteriores.

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Segundo o analista da pesquisa, Gustavo Geaquinto Fontes, apesar de os idosos ainda representarem o grupo que menos acessa a internet, o crescimento tem sido contínuo. A ampliação dos serviços disponíveis online tem incentivado esse público a se conectar.

— A internet tem feito cada vez mais parte do cotidiano da sociedade. Muitos serviços são acessados pela internet, a comunicação é feita por ela e, muitas vezes, é até uma ferramenta de trabalho — explica Fontes.

Do total de idosos conectados em 2024, 87,9% afirmaram usar a rede todos os dias.

Brasil mais conectado

O levantamento também revela que, em 2024, o Brasil atingiu 168 milhões de usuários de internet com 10 anos ou mais de idade — o equivalente a 89,1% da população nessa faixa etária. Os principais usos da rede incluem envio de mensagens, comunicação em geral e acesso a serviços bancários.

A evolução do acesso à internet no país mostra um crescimento consistente desde 2016:

AnoPercentual da população com 10 anos ou mais que usa internet
201666,1%
201771,1%
201876,2%
201979,5%
202184,7%
202287,2%
202388,0%
202489,1%

*Em 2020, a pesquisa não foi realizada por causa da pandemia de covid-19.

A maioria dos usuários acessa a rede diariamente (95,2%) e o celular é o principal meio utilizado, presente em 98,8% dos casos.

Mudança nos dispositivos

Desde 2016, o uso de computadores (PCs e notebooks) para acessar a internet caiu significativamente: de 63,2% para 33,4%. Em contrapartida, as televisões conectadas à internet ganharam espaço, saltando de 11,3% para 53,5% no mesmo período.

Internet nos lares

Entre os cerca de 80 milhões de domicílios brasileiros, 74,9 milhões (93,6%) possuíam acesso à internet em 2024. Em 2016, esse percentual era de 70,9%. Praticamente todos os domicílios conectados (99,9%) utilizam banda larga, seja ela fixa ou móvel.

A pesquisa também apontou uma relação entre acesso à internet e renda: em domicílios conectados, o rendimento médio por pessoa era de R$ 2.106, enquanto nos que não têm acesso, a média era de R$ 1.233.

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Avanço na zona rural

Embora a internet ainda seja mais comum nas cidades (94,7% dos domicílios urbanos têm acesso), a zona rural também apresentou avanços expressivos. Em 2024, 84,8% dos lares rurais tinham internet, contra 33,9% em 2016. Entre os moradores das áreas rurais, 81% usaram a rede em 2024, aproximando-se dos 90,2% registrados na zona urbana.

— Houve um crescimento muito acelerado do uso da internet nas áreas rurais, diminuindo a diferença em relação à área urbana — destaca Fontes. Ele lembra que o acesso em áreas rurais nem sempre ocorre dentro de casa, podendo acontecer em outros locais.

Dispositivos inteligentes ganham espaço

Os chamados dispositivos inteligentes — como câmeras, lâmpadas, caixas de som, ar-condicionado e geladeiras conectadas — também estão se tornando mais comuns. Em 2024, 18,1% dos domicílios brasileiros possuíam pelo menos um desses aparelhos, frente aos 14,3% em 2022.

A presença desses dispositivos é mais significativa nas áreas urbanas (19,1%) do que nas rurais (8,8%).

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