Após mais de três décadas dedicadas à Universidade Estadual do Ceará (Uece), a professora Rosemary de Oliveira Almeida encerrou sua trajetória na instituição. A docente deixa um legado marcado pelo compromisso com a formação de professores, pela atuação em projetos de pesquisa e extensão e pela defesa da educação pública.
Rosemary ingressou na Uece em 1993, após aprovação em concurso público realizado no ano anterior. À época, cursava o Mestrado em Ciências Sociais e iniciou sua carreira docente no curso de Pedagogia, na unidade de Itapipoca, onde lecionou disciplinas como Metodologia de Pesquisa, Teorias Sociológicas e Sociologia da Educação. Foram dez anos de intensa vivência com os estudantes e com as escolas públicas da região, experiência que consolidou sua formação como professora universitária.
Posteriormente, passou a integrar o curso de Ciências Sociais, no campus Itaperi, em Fortaleza, onde ministrou disciplinas voltadas à formação docente, como Teorias Sociológicas, Sociologia da Educação e Estágio Supervisionado. Ao longo de sua trajetória, exerceu funções administrativas, foi vice-coordenadora do curso em duas gestões e coordenou projetos de grande relevância, entre eles o Laboratório de Ensino e Práticas Sociais (Lapraticas) e o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid).
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A pesquisadora também integrou o Laboratório de Estudos e Pesquisas da Conflitualidade e Violência (Covio), coordenando investigações nas áreas de violência, não-violência, mediação de conflitos e ensino de Ciências Sociais. Além da atuação acadêmica, participou ativamente do movimento sindical, sendo filiada ao Sindicato dos Docentes da Uece (Sinduece) desde sua fundação.
Em sua avaliação, Rosemary destaca que sua passagem pela universidade foi marcada por um profundo aprendizado científico e humano.
“Foi uma experiência maravilhosa, essencial para minha vida. A convivência com colegas e estudantes me ensinou muito sobre a docência, a pesquisa e as relações sociais”, afirma.
Entre os muitos momentos vividos na instituição, a professora recorda com carinho o ano de 2003, quando assumiu a docência no curso de Ciências Sociais, ainda no Centro de Humanidades, e acompanhou a criação da licenciatura.
“Foi ali que construí minha maneira de ser docente, especialmente através do Pibid, que fortaleceu minha relação com os estudantes”, relembra.
Agora aposentada, Rosemary se dedica à família, aos estudos musicais — com foco no piano — e às leituras filosóficas e espirituais. Serenamente, encara essa nova fase como continuidade de um ciclo de aprendizado.
“A docência, a pesquisa e a extensão são universos lindos, repletos de lutas e descobertas. Desejo que todos possam viver esse trabalho com profundidade e liberdade, inclusive a liberdade de um dia encerrar esse ciclo e seguir outros caminhos”, conclui.