Parteiras e enfermeiras obstetras: Tradição e ciência na assistência ao parto

A jornada de Nayane Cristina e a harmonia entre saberes ancestrais e baseados em evidências no Sistema Único de Saúde.

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A tradição e a ciência encontram-se em uma dança harmoniosa no trabalho das parteiras, profissionais cujo ofício é guiado pela experiência ancestral e pelo conhecimento científico. Em Brasília, Nayane Cristina, parteira atuante no Sistema Único de Saúde (SUS), compartilha sua inspiradora trajetória que começou aos 4 anos, impulsionada pelas vivências da avó, que teve oito partos em casa.

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“Eu me lembro muito claramente de ver minha avó no fogão de lenha ali, fazendo comida, fervendo leite, e eu sentada no banquinho, próximo do chão, ouvindo as histórias dela, e aquilo realmente acendeu em mim uma chama de entender que aquele era o meu caminho”, disse Nayane.

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O caminho de Nayane rumo à parteira passou pela faculdade de enfermagem e pela residência em obstetrícia. No Brasil, a assistência ao parto por enfermeiras obstetras é respaldada por uma lei de 1986 e por resoluções do Conselho Federal de Enfermagem (CFE), que atribuem às enfermeiras a responsabilidade de assistir partos normais de evolução fisiológica e cuidar do recém-nascido.

Os partos assistidos por enfermeiras obstetras, como os realizados na casa de parto de São Sebastião, no Distrito Federal, seguem um modelo respeitoso, contribuindo para a redução das taxas de cesariana. Nayane destaca: “Sim, partos assistidos por enfermeiras, por parteiras, reduzem o número de cesariana consideravelmente.”

Dados da Fiocruz revelam que a taxa de cesariana no Brasil é de 55%, ultrapassando os 80% na rede privada. A escolha por um parto com mais autonomia e menos intervenções levou a psicóloga Marília Tomé a optar pelos cuidados de parteiras em seus dois partos.

“Eu optei mesmo por ter um parto onde eu tivesse mais autonomia. Onde eu pudesse escolher as pessoas que estariam comigo, onde eu pudesse criar um ambiente com bastante intimidade, com muita tranquilidade”, compartilhou Marília.

O papel das parteiras vai além do momento do parto, abrangendo visitas domiciliares e suporte essencial nas primeiras semanas pós-parto. Essa abordagem integrativa não exclui o papel dos médicos na gestação, mas sim complementa, proporcionando às gestantes informações e considerando a autonomia das mulheres.

A médica obstetra Monique Novacek destaca que as mulheres que contam com esse duplo cuidado chegam mais preparadas para o parto, valorizando a escolha do acompanhante e um ambiente calmo e respeitoso.

A medicina trouxe avanços notáveis, mas é reconfortante ver que as práticas ancestrais persistem. As parteiras tradicionais, que aprenderam seu ofício de forma oral, continuam a desempenhar um papel fundamental nas mãos modernas das mulheres que atendem ao chamado da assistência ao parto.

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