O implante contraceptivo subdérmico, conhecido como Implanon, passará a ser disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o Ministério da Saúde, a tecnologia é considerada vantajosa por sua longa duração — age no organismo por até três anos — e alta eficácia.
A decisão de incorporar o Implanon ao SUS foi anunciada nesta quarta-feira (2), durante reunião da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). A portaria oficializando a medida deve ser publicada nos próximos dias. Após isso, a pasta terá 180 dias para organizar a oferta do método, incluindo atualização de diretrizes clínicas, aquisição e distribuição dos dispositivos, além de capacitação dos profissionais que farão a inserção e a retirada do implante.
O governo prevê a distribuição de 1,8 milhão de dispositivos até 2027, sendo 500 mil ainda este ano, com um investimento inicial estimado em R$ 245 milhões — atualmente, cada unidade do produto custa entre R$ 2 mil e R$ 4 mil.
“Além de prevenir a gravidez não planejada, o acesso a contraceptivos também contribui para a redução da mortalidade materna, em alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU”, ressaltou o ministério, destacando ainda o compromisso de reduzir em 25% a mortalidade materna geral e em 50% a mortalidade entre mulheres negras até 2027.
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Como funciona o Implanon
O Implanon é um método contraceptivo reversível, classificado como Larc (sigla em inglês para contraceptivos reversíveis de longa duração), assim como o DIU de cobre. Ele consiste em um pequeno bastão inserido sob a pele do braço, que libera hormônios continuamente por até três anos, sem necessidade de intervenções durante esse período.
A inserção e a retirada do dispositivo devem ser feitas por médicos ou enfermeiros qualificados, e a fertilidade é retomada rapidamente após a remoção. Segundo a pasta, a ampliação do método será acompanhada de cursos teóricos e práticos para os profissionais de saúde.
Entre os métodos contraceptivos atualmente oferecidos pelo SUS estão:
- preservativos externo e interno;
- DIU de cobre;
- anticoncepcional oral combinado;
- pílula oral de progestagênio;
- injetáveis hormonais mensal e trimestral;
- laqueadura tubária bilateral;
- vasectomia.
O ministério alertou que, entre todos os métodos disponíveis na rede pública, apenas os preservativos garantem proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).