A canonização do beato Carlo Acutis acontece neste domingo (7), no Vaticano. O adolescente, que morreu aos 15 anos vítima de leucemia, ficou popularmente conhecido como “padroeiro da internet” por usar a tecnologia e as redes sociais para evangelizar. Ele será o primeiro santo da geração millennial, formada pelos nascidos entre as décadas de 1980 e 1990.
A cerimônia está marcada para as 10h (5h no horário de Brasília) e será presidida pelo papa Leão XIV, em sua primeira canonização desde que assumiu o pontificado, em maio deste ano.
O processo de canonização de Carlo Acutis foi concluído após cinco meses de espera. A solenidade estava inicialmente prevista para 27 de abril, durante o Jubileu dos Adolescentes, mas foi adiada devido à morte do papa Francisco. O pontífice já havia citado o jovem como exemplo para a juventude católica.
“Não se acomodou numa imobilidade confortável, mas colheu as necessidades do seu tempo, porque viu o rosto de Cristo nos mais frágeis. Seu testemunho mostra aos jovens de hoje que a verdadeira felicidade se encontra pondo Deus em primeiro lugar e servindo-O nos irmãos”, disse Francisco à época.
Biografia
Carlo Acutis nasceu em Londres, em 1991, e cresceu em Milão, na Itália. Apaixonado por videogames, tecnologia e criação de sites, também cultivava uma intensa devoção à Eucaristia e à Virgem Maria. Fez a primeira comunhão aos 7 anos e, desde então, passou a frequentar a missa diariamente, além de dedicar-se a obras de caridade, doando roupas e alimentos.
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Na adolescência, uniu fé e tecnologia ao criar um site para catalogar milagres eucarísticos e aparições marianas reconhecidas pela Igreja. Após sua morte, em outubro de 2006, uma multidão de pessoas pobres, ajudadas por ele, esteve presente em seu funeral.
Milagres
Dois milagres atribuídos a Carlo Acutis sustentaram seu processo de canonização. O primeiro ocorreu em 2013, em Campo Grande (MS), quando o menino Matheus Vianna, de 3 anos, portador de uma doença congênita no pâncreas, foi curado após tocar uma relíquia do jovem. O episódio levou à beatificação de Carlo, em 2020.
O segundo milagre envolveu a estudante costarriquenha Valéria Valverde. Em 2022, após sofrer um grave acidente de bicicleta em Florença, na Itália, ela apresentou recuperação súbita depois que sua mãe peregrinou a Assis e rezou diante do túmulo de Carlo. No mesmo dia, Valéria voltou a respirar sem ajuda de aparelhos, segundo relato validado pelo Vaticano.
O processo de canonização
De acordo com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o caminho até a canonização é longo e criterioso. A primeira fase, chamada diocesana, ocorre na diocese de origem, onde são investigadas as virtudes e a fama de santidade do candidato. Na fase seguinte, romana, o processo é analisado por especialistas no Vaticano.
A beatificação, terceira etapa, exige a comprovação de um milagre, o que já havia ocorrido no caso de Carlo. Para a canonização, é necessário um segundo milagre, que deve ter ocorrido após a beatificação. Confirmado o milagre, o papa proclama oficialmente o novo santo, cuja devoção passa a ser reconhecida em toda a Igreja Católica.