O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quarta-feira (15) que autorizou a Agência Central de Inteligência (CIA) a conduzir operações secretas na Venezuela, em uma clara escalada nos esforços de Washington para pressionar o regime de Nicolás Maduro.
A informação foi inicialmente divulgada pelo The New York Times, que relatou a existência de uma diretriz confidencial com base em fontes do governo norte-americano familiarizadas com o assunto.
Segundo Trump, a decisão foi motivada pelo aumento no fluxo de drogas que estariam entrando nos Estados Unidos a partir da Venezuela, principalmente por rotas marítimas. “Estamos olhando para a terra agora, porque temos o mar muito bem sob controle”, afirmou o presidente.
Questionado por jornalistas sobre o motivo de não recorrer à Guarda Costeira, prática tradicional no combate ao narcotráfico, Trump classificou a abordagem como “politicamente correta” e ineficaz. “Acho que a Venezuela está sentindo o calor…”, declarou, sem comentar se as ações da CIA incluiriam uma eventual tentativa de remover Maduro do poder.
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Trump também acusou a Venezuela de liberar prisioneiros e pessoas com transtornos mentais para entrarem nos Estados Unidos, embora não tenha especificado por qual fronteira isso estaria ocorrendo.
Até o momento, nem o Ministério da Informação de Maduro nem representantes da líder opositora María Corina Machado se pronunciaram sobre as declarações do presidente norte-americano.
Desde setembro, os Estados Unidos vêm mobilizando navios e até um submarino militar para a costa venezuelana, sob o argumento de combater o tráfico internacional de drogas. Washington acusa o governo de Maduro de liderar um cartel narcotraficante — acusação que o mandatário venezuelano rejeita, classificando-a como uma tentativa de justificar uma “mudança de regime” em um país que possui as maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo.
Especialistas ouvidos pela Agência Brasil também refutaram a caracterização da Venezuela como um “narcoestado”, termo usado pelo governo Trump para descrever o país sul-americano.