A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta sexta-feira (28/11), a Operação Fake Road, em parceria com a Controladoria‑Geral da União (CGU), com o objetivo de investigar suspeitas de irregularidades em contratos de pavimentação firmados pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), com recursos de emendas parlamentares destinados principalmente ao Ceará e ao Rio Grande do Norte.
As investigações tiveram início a partir de auditorias da CGU, que identificaram diversos indícios de superfaturamento, execução parcial ou inexistente das obras, medições fraudulentas e favorecimento indevido de empresas contratadas. As inconsistências apontadas nas auditorias levantaram suspeitas de que obras previstas — muitas delas de infraestrutura de estradas e ruas — teriam sido superfaturadas ou sequer realizadas.
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De acordo com a PF, os elementos colhidos até o momento indicam a possível participação de servidores públicos e representantes de empresas privadas em uma organização criminosa voltada ao desvio de recursos públicos. O prejuízo estimado com o suposto esquema ultrapassa os R$ 22 milhões.
Como parte da operação, estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), com distribuição em duas capitais: Fortaleza (CE) — 9 mandados e Natal (RN) — 2 mandados. As medidas incluem ainda ordens de bloqueio judicial de bens e valores, indisponibilidade de imóveis e veículos, busca pessoal e veicular, além da quebra de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático dos investigados.
Cerca de 50 policiais federais participam da ação, com o objetivo de coletar novas provas, assegurar a interrupção de eventuais práticas ilícitas e reforçar o compromisso da PF no combate à corrupção e ao desvio de verbas públicas. As autoridades informam que os investigados poderão responder por crimes como fraude à licitação, peculato, corrupção e eventual participação em organização criminosa.



