Quatro pessoas são presas por tentativa de fraude em concurso da Polícia Civil no Ceará

Entre os suspeitos estão um médico, uma enfermeira, um advogado e um autônomo. Grupo foi liberado após audiência de custódia mediante fiança.

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Quatro pessoas foram presas na tarde deste domingo (3), em Fortaleza, suspeitas de tentar fraudar o concurso público para o cargo de Oficial Investigador de Polícia (OIP) da Polícia Civil do Ceará. Entre os detidos estão um médico, a esposa dele que é enfermeira, um advogado e um autônomo.

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De acordo com informações da Polícia Civil, repassadas ao Portal Itapipoca, com o grupo foram apreendidos um ponto eletrônico com receptor, chips e aparelhos celulares. Três dos suspeitos são moradores de Juazeiro do Norte e todos já se conheciam.

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Eles foram conduzidos à Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), onde foram autuados por tentativa de crime contra a fé pública.

Flagrantes durante a aplicação da prova

A primeira prisão ocorreu na Universidade Estadual do Ceará (Uece), no bairro Itaperi. Após denúncia recebida pelo Departamento de Inteligência, agentes localizaram um candidato e solicitaram que a banca examinadora o retirasse da sala. No momento da retirada, fiscais perceberam que o lacre do saco utilizado para guardar pertences estava violado.

Durante a vistoria, os policiais encontraram dois celulares — um deles em versão mini — abertos no aplicativo WhatsApp, levantando a suspeita de comunicação externa durante a prova.

No Instituto Federal de Educação (IFCE), no bairro Benfica, uma candidata foi abordada após suspeita levantada pelos fiscais. Ela foi encaminhada para revista pessoal, e um transmissor eletrônico foi localizado dentro de uma sacola plástica junto a batatas. Na sede da Perícia Forense (Pefoce), foi constatada a presença de um ponto eletrônico no ouvido esquerdo da candidata, que foi retirado por peritos.

Já no campus do Pici da Universidade Federal do Ceará (UFC), um advogado foi flagrado após um fiscal ouvir um chiado enquanto ele realizava a prova. Embora o detector de metais não tenha apontado irregularidade naquele momento, um chip quebrado foi encontrado próximo à cadeira ocupada por ele. Além disso, um papel com um número de Pix anotado foi apreendido. Segundo a investigação, o candidato pretendia enviar fotos de questões de Raciocínio Lógico, Informática e Contabilidade para receber as respostas de uma pessoa externa.

Ligação entre os suspeitos

As investigações apontaram que o médico, marido da candidata flagrada no IFCE, também teria participação no esquema. Ele foi localizado em uma caminhonete nas imediações dos locais de prova.

A Polícia Civil identificou que o médico e outro suspeito eram amigos em redes sociais e que a chave Pix encontrada com o advogado pertence ao médico. O aparelho telefônico dele também foi o responsável por ligações feitas ao advogado durante o período em que este já estava detido.

A Justiça determinou a quebra do sigilo dos aparelhos telefônicos apreendidos para aprofundar as investigações.

Audiência de custódia e medidas judiciais

Nesta segunda-feira (4), os quatro suspeitos participaram de audiência de custódia. O Juízo da Vara de Custódia da Comarca de Fortaleza concedeu liberdade provisória mediante o pagamento de fiança.

Como medidas adicionais, eles ficam proibidos de se ausentar da comarca de residência por mais de oito dias sem informar endereço atualizado às autoridades, devem comunicar qualquer mudança de endereço e comparecer a todos os atos processuais para os quais forem intimados.

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Nota da defesa

Em resposta às notícias veiculadas, a defesa do médico e da enfermeira envolvidos no caso divulgou o seguinte posicionamento:

“Em resposta às notícias veiculadas acerca dos eventos ocorridos durante o concurso da Polícia Civil do Ceará no último domingo, 03 de agosto, a defesa do médico Dr. Robson Leite Sampaio e de sua esposa, a enfermeira Raphaely Leandro da Fonseca, vem a público esclarecer que a versão dos fatos apresentada até o momento é preliminar, incompleta e não reflete a realidade do que ocorreu.

Dr. Robson Sampaio e a Sra. Raphaely da Fonseca são profissionais respeitados em suas comunidades, pais de dois filhos pequenos, e jamais tiveram qualquer envolvimento em atividades ilícitas. As acusações que pesam contra eles são baseadas em interpretações equivocadas e em uma frágil teia de circunstâncias que a defesa demonstrará serem infundadas.

É fundamental ressaltar que, em audiência de custódia realizada em 04 de agosto, o Poder Judiciário, após analisar os elementos iniciais da investigação, determinou a imediata liberação de ambos, reconhecendo que não há fundamentos que justifiquem a manutenção de suas prisões.

Esta decisão judicial reforça a necessidade de cautela e serenidade na avaliação do caso. A defesa confia plenamente na Justiça e reitera que todos os fatos serão devidamente esclarecidos no foro apropriado, que é o processo judicial. Durante a instrução criminal, quando a defesa terá a oportunidade de apresentar provas e contestações, a verdade virá à tona e a inocência de Dr. Robson Sampaio e da Sra. Raphaely da Fonseca será comprovada.

Até lá, apelamos para que a presunção de inocência, um pilar fundamental do nosso Estado de Direito, seja integralmente respeitada.”

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