Elon Musk deixa governo Trump após campanha tumultuada por corte de gastos federais

Bilionário e CEO da Tesla encerra passagem de 130 dias como funcionário especial no Departamento de Eficiência Governamental; saída ocorre após críticas a projeto de lei e embates com membros do gabinete.

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O bilionário Elon Musk, CEO da Tesla e figura central na órbita política de Donald Trump nos últimos meses, deixou oficialmente o governo dos Estados Unidos nesta quarta-feira (28), encerrando sua atuação como funcionário especial no Departamento de Eficiência Governamental (Doge). A saída de Musk marca o fim de uma curta, porém intensa, campanha que prometia cortar gastos bilionários do setor público, mas enfrentou resistências internas e terminou com resultados abaixo do esperado.

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Segundo uma autoridade da Casa Branca ouvida pela Reuters, o “desligamento começará hoje à noite”, selando a saída de Musk do governo. O próprio bilionário utilizou sua plataforma de mídia social X (antigo Twitter) para agradecer ao presidente Donald Trump, ao mesmo tempo em que admitia o encerramento de sua participação na administração.

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A decisão foi tomada nos bastidores e sem cerimônia. De acordo com fontes próximas, Musk não se encontrou pessoalmente com Trump para formalizar sua saída, e a decisão teria sido acordada em nível sênior dentro da equipe da Casa Branca.

O estopim pode ter sido uma crítica pública feita por Musk ao novo projeto de lei tributária do presidente. Ele classificou a proposta como excessivamente cara e prejudicial às metas de economia do Doge. A reação causou desconforto em setores da Casa Branca, especialmente no entorno do vice-chefe de gabinete Stephen Miller. Para conter a crise, a equipe do presidente precisou entrar em contato com senadores republicanos para reafirmar o apoio de Trump ao pacote econômico.

Apesar da saída, Musk ainda mantém proximidade com Trump, embora sua influência tenha diminuído gradualmente desde o início do mandato presidencial. Quando assumiu o posto, Musk se destacou por sua postura ousada e pouco convencional. Durante a Conferência de Ação Política Conservadora, em fevereiro, chegou a empunhar uma motosserra vermelha no palco, declarando: “Esta é a motosserra da burocracia”.

Na campanha que o levou ao Doge, prometeu cortar ao menos US$ 2 trilhões em gastos federais. No entanto, o departamento estima que os esforços tenham gerado uma economia de US$ 175 bilhões até o momento — número não confirmado de forma independente.

Sua visão combativa incluiu críticas diretas à força de trabalho federal, especialmente em relação ao teletrabalho. Musk previu que o fim do “privilégio da era covid” levaria a uma “onda de demissões em massa voluntárias que nós saudamos”.

Entretanto, sua abordagem começou a gerar atritos dentro do próprio governo. Secretários de departamentos ganharam confiança para contestar suas ações após Trump reforçar que decisões sobre equipe eram prerrogativa dos ministérios, e não do Doge.

O empresário também se desentendeu com nomes de peso do gabinete, como o secretário de Estado Marco Rubio, o secretário de Transportes Sean Duffy e o secretário do Tesouro Scott Bessent. Em um dos episódios mais tensos, chamou o assessor comercial Peter Navarro de “idiota” e “mais burro que um saco de tijolos”. Navarro, por sua vez, minimizou os ataques: “Já me chamaram de coisas piores”.

Com o tempo, Musk passou a demonstrar cansaço e frustração com a resistência à sua agenda. Em uma teleconferência da Tesla realizada em abril, já indicava que pretendia se afastar da atuação no governo.

“A situação da burocracia federal é muito pior do que eu imaginava”, disse ao Washington Post nesta semana. “É uma batalha difícil tentar melhorar as coisas, para dizer o mínimo.”

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