EUA abrem investigação sobre práticas comerciais do Brasil e apontam “tratamento injusto” a empresas americanas

Washington acusa o Brasil de barreiras tarifárias, discriminação no comércio digital e falhas no combate ao desmatamento; governo brasileiro reage e nega acusações.

Portal Itapipoca Portal Itapipoca
2 minuto(s) de leitura

O representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, anunciou nesta terça-feira (15) a abertura de uma investigação formal contra o Brasil, alegando práticas comerciais “injustas” que prejudicariam empresas e trabalhadores norte-americanos.

- CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE -

A investigação, com base na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA, vai apurar se o Brasil impõe barreiras tarifárias e não tarifárias que discriminam os Estados Unidos, além de regras no comércio digital e no sistema de pagamentos eletrônicos, como o Pix, consideradas desvantajosas para empresas americanas.

- CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE -

Segundo Greer, a decisão seguiu orientação do presidente Donald Trump. “Determinei que as barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil merecem uma investigação completa e, potencialmente, uma ação responsiva”, afirmou em comunicado. Ele acusou o Brasil de prejudicar empresas de mídia social, agricultores e inovadores dos EUA com suas políticas comerciais.

A representação de Comércio também apontou que o Brasil favorece outros parceiros comerciais com tarifas mais baixas, cobra taxas mais altas sobre o etanol dos EUA e “não está conseguindo” combater o desmatamento ilegal, o que prejudicaria a competitividade de produtores de madeira norte-americanos.

O governo brasileiro reagiu rapidamente, publicando nota em que rejeita as acusações e classificando a iniciativa dos EUA como uma “intromissão indevida e inaceitável” nos assuntos internos do país, principalmente em relação ao Judiciário e às decisões envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, disse que o Brasil trabalhará para esclarecer os pontos levantados e buscará reverter qualquer medida que venha a ser adotada.

Durante seu primeiro mandato, Trump já havia utilizado a Seção 301 para justificar tarifas contra a China e investigar impostos digitais na Europa. Agora, o Brasil se torna mais um alvo da ofensiva comercial americana, aumentando a tensão entre os dois países em um momento de instabilidade nas relações bilaterais.

Compartilhe
Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

- Advertisement -