Manifestação na Avenida Paulista reúne apoiadores de Bolsonaro e pede anistia aos condenados do 8 de janeiro

Ato teve discursos do ex-presidente, de governadores e do pastor Silas Malafaia; participantes protestaram contra o julgamento no STF e defenderam a anistia a envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes.

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A Avenida Paulista, em São Paulo, foi palco de uma nova manifestação de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro na tarde deste domingo (29). Com o mote “Justiça Já”, o ato reuniu cerca de 12,4 mil pessoas, segundo levantamento do Monitor do Debate Político do Cebrap em parceria com a ONG More in Common, com base em imagens de drones e software de inteligência artificial. A principal pauta do protesto foi o julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), onde é acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado em 2022.

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O evento, concentrado entre a Rua Peixoto Gomide e o Museu de Arte de São Paulo (Masp), em frente ao Parque Trianon, contou com faixas pedindo anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, além de críticas ao governo federal e bandeiras em apoio a Israel e aos Estados Unidos. Também houve concentração em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

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Além de Bolsonaro, subiram ao caminhão de som instalado no cruzamento com a Rua Peixoto Gomide o pastor Silas Malafaia — organizador do ato — e os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG) e Jorginho Mello (SC).

Discursos em defesa da anistia e críticas ao STF

O ex-presidente foi recebido sob gritos de “mito” e utilizou seu discurso para pedir a mobilização dos apoiadores visando as eleições de 2026. “Se queremos que o nosso time seja campeão, temos que investir e acreditar. As coisas não acontecem de uma hora para outra”, afirmou.

Bolsonaro também defendeu anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. “Apelo aos três Poderes da República para pacificar o Brasil. Liberdade para os inocentes do 8 de janeiro. A anistia é um remédio previsto na Constituição”, disse.

O pastor Silas Malafaia direcionou críticas duras ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo contra Bolsonaro, a quem chamou de “ditador”. Ele atacou o uso das delações do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, como base da investigação. “A sustentação da denúncia do PGR Paulo Gonet está apoiada em uma delação fajuta”, afirmou Malafaia.

Já o governador Tarcísio de Freitas foi o mais aplaudido pelo público. Em seu discurso, também defendeu anistia e criticou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Estamos aqui para pedir justiça, anistia, pacificação e orar pela esperança. O Brasil não aguenta mais o gasto desenfreado, a corrupção, o juro alto e o governo gastador”, declarou. Ao final, afirmou que a “missão de Bolsonaro ainda não acabou”.

Julgamento e alegações finais

A manifestação ocorre dois dias após o ministro Alexandre de Moraes abrir prazo para as alegações finais no processo que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado. A Procuradoria-Geral da República (PGR) tem 15 dias para apresentar sua manifestação final. O mesmo prazo será concedido a Mauro Cid, delator do caso, e depois às defesas dos outros sete acusados.

Todos os oito réus, incluindo Bolsonaro, foram denunciados pelos mesmos cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado. As penas somadas podem ultrapassar 40 anos de prisão.

A ação será julgada pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino.

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