Copom mantém Selic em 15% diante de incertezas no cenário internacional

Banco Central aponta tensões geopolíticas e inflação acima da meta como fatores para decisão.

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O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros da economia (Selic) em 15%. O anúncio foi feito no início da noite desta quarta-feira (17), após reunião de dois dias entre o presidente do Banco Central (BC) e seus diretores.

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Em comunicado oficial, o Copom justificou a manutenção da taxa em razão das incertezas no ambiente externo, especialmente ligadas à conjuntura econômica e às políticas adotadas nos Estados Unidos. Segundo o comitê, esse cenário exige cautela por parte de países emergentes em um ambiente marcado por tensões geopolíticas.

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No plano doméstico, o colegiado destacou que os indicadores de atividade econômica apontam para uma moderação no crescimento, embora o mercado de trabalho siga aquecido. A inflação, no entanto, continua acima da meta estabelecida.

“As expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus permanecem em valores acima da meta, situando-se em 4,8% e 4,3%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o primeiro trimestre de 2027, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 3,4% no cenário de referência”, informa a nota.

Cenário inalterado

Na reunião anterior, realizada em 29 e 30 de julho, o Copom já havia interrompido o ciclo de alta da Selic, mantendo a taxa em 15% ao ano, diante de um ambiente externo considerado adverso, em grande parte pelas políticas comerciais e fiscais dos Estados Unidos.

As decisões do comitê levam em conta variáveis como inflação, contas públicas, atividade econômica e contexto internacional, sempre avaliando os riscos associados ao cenário macroeconômico. Esta foi a sexta reunião do ano, e a taxa definida valerá pelos próximos 45 dias, até o próximo encontro do colegiado.

O papel da Selic

A Selic é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para alcançar a meta de inflação. Quando a taxa é elevada, o objetivo é conter a demanda aquecida, encarecendo o crédito e estimulando a poupança, o que tende a reduzir a pressão sobre os preços.

Por outro lado, juros mais altos também podem dificultar a expansão da economia. Já quando a Selic é reduzida, o crédito tende a ficar mais acessível, estimulando a produção e o consumo, mas com menor controle sobre a inflação.

Os bancos, contudo, não se baseiam apenas na Selic para definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Aspectos como risco de inadimplência, custos administrativos e margem de lucro também influenciam o valor final dos financiamentos e empréstimos.

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