Morreu na manhã desta segunda-feira (8), no Rio de Janeiro, a cantora e compositora Angela Ro Ro, aos 75 anos. A artista estava hospitalizada desde junho, em tratamento contra uma infecção pulmonar, mas não resistiu ao agravamento do quadro clínico.
Com uma trajetória marcada por ousadia, talento e autenticidade, Angela Ro Ro completaria 76 anos em dezembro. Ao longo da carreira, deixou mais de 100 gravações distribuídas em 14 álbuns, além de participações em coletâneas e projetos especiais que consolidaram seu nome na história da música brasileira.
A carreira artística começou ainda nos anos 1970, período em que viveu na Inglaterra, se apresentando em pubs e participando de gravações, como no LP Transa, de Caetano Veloso, em que tocou gaita. De volta ao Brasil, marcou presença no Festival de Rock de Saquarema, em 1974, ao lado de artistas como Rita Lee.
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O primeiro disco solo, lançado em 1979, revelou o sucesso Amor, meu grande amor, composta em parceria com Ana Terra. Nos anos seguintes, vieram trabalhos de forte impacto, como os álbuns Só nos resta viver (1980), Escândalo (1981) e Simples carinho (1982), que projetaram Angela Ro Ro como uma das vozes mais marcantes de sua geração.
Pianista habilidosa e dona de uma voz rouca e intensa, a artista se destacou em interpretações memoráveis de canções como Fogueira (de sua autoria) e Demais (Tom Jobim e Aloysio de Oliveira).
Além do talento musical, Angela Ro Ro se notabilizou pela personalidade forte, humor ácido e franqueza. Um dos episódios mais emblemáticos foi a recusa em gravar Malandragem, música de Roberto Frejat e Cazuza, em 1988. A artista não se identificou com a letra, que mais tarde seria eternizada por Cássia Eller.