Banco Central estuda fim do crédito rotativo de cartão de crédito com taxas exorbitantes

Presidente do Banco Central revela planos de extinguir modalidade de crédito rotativo, buscando reduzir juros abusivos e incentivar maior disciplina financeira.

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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campo Neto, anunciou hoje a intenção da autarquia em encerrar a modalidade de crédito rotativo de cartão de crédito, uma das formas mais onerosas de crédito no mercado. Durante uma sessão plenária no Senado Federal, Campo Neto compartilhou detalhes sobre a proposta do BC para combater os altos juros associados ao crédito rotativo e incentivar uma gestão mais responsável das finanças pessoais.

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O crédito rotativo, que permite que os consumidores paguem menos que o valor total da fatura do cartão e estendam o pagamento por até 30 dias, tem sido uma preocupação recorrente devido às taxas de juros extremamente elevadas, que atingiram 437,3% ao ano em junho. Em contraste, a taxa de juros do cartão de crédito parcelado foi de 196,1% ao ano no mesmo período.

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Campo Neto afirmou que o BC pretende apresentar uma solução para a questão do cartão de crédito em até 90 dias, com a proposta de abolir o crédito rotativo em favor do parcelamento direto. Essa mudança seria acompanhada por uma taxa de juros em torno de 9% ao mês. O presidente do BC destacou que a medida não visa proibir o parcelamento sem juros, mas sim desencorajar parcelamentos de longo prazo, incentivando uma abordagem mais disciplinada das finanças pessoais.

“Ou seja, extingue-se o rotativo, quem não paga o cartão vai direto para o parcelamento ao redor de 9%. E que a gente crie algum tipo de tarifa para desincentivar esse parcelamento sem juros tão longos. Não é proibir o parcelamento sem juros, é simplesmente tentar fazer com que eles fiquem um pouco mais disciplinados, numa forma bem faseada, para não afetar o consumo”, explicou Campo Neto, enfatizando que o uso do cartão de crédito atualmente representa 40% do consumo no Brasil.

Campo Neto também destacou que o aumento dos prazos de parcelamento, devido ao parcelamento sem juros, tem contribuído para a elevação das taxas de juros do cartão de crédito. Ele ressaltou que o parcelamento sem juros tem sido benéfico para a atividade econômica, mas as extensões cada vez maiores do parcelamento aumentaram os riscos para as instituições financeiras, levando a juros exorbitantes.

Além disso, o presidente do BC abordou o crescimento significativo no número de cartões de crédito no Brasil nos últimos anos, juntamente com facilidades de crédito, o que levou a um aumento da inadimplência nessa modalidade. Esse aumento levou a uma inadimplência no rotativo de 52%, um cenário incomum em comparação com outras partes do mundo.

Entre as soluções consideradas para mitigar esse problema, a simples limitação das taxas de juros foi mencionada, porém, Campo Neto alertou que isso poderia resultar na retirada dos cartões de crédito de circulação, prejudicando a economia e o varejo.

O presidente do Banco Central também enfatizou a importância da autonomia do BC na condução da política monetária, destacando que suas decisões técnicas têm contribuído para a estabilidade econômica e o controle da inflação. Ele ressaltou que as atuais avaliações positivas da economia brasileira são, em parte, resultados da atuação do BC.

Em resposta à recente queda na inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduziu a taxa básica de juros (Selic) de 13,75% para 13,25%, o primeiro corte em três anos. O presidente do BC explicou que essa medida busca um equilíbrio entre o combate à inflação e o estímulo ao crescimento econômico.

A proposta de extinguir o crédito rotativo de cartão de crédito visa aprimorar a gestão financeira dos consumidores, reduzir juros abusivos e impulsionar a estabilidade econômica do país. O Banco Central está comprometido em buscar soluções que beneficiem a população e o sistema financeiro como um todo.

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