Ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro, Gilson Machado, é preso pela PF por suspeita de ajudar Mauro Cid a deixar o Brasil

Machado foi detido no Recife por ordem do STF. Ele é suspeito de tentar obter passaporte português para Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. PF também realizou buscas em endereços de Cid em Brasília.

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A Polícia Federal prendeu, na manhã desta sexta-feira (13), o ex-ministro do Turismo do governo Jair Bolsonaro, Gilson Machado. A detenção ocorreu no Recife (PE), por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo investigações, Machado é suspeito de tentar intermediar a emissão de um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, com a intenção de facilitar sua saída do Brasil.

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A operação incluiu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Cid, em Brasília. Inicialmente, o STF havia autorizado a prisão de Cid, mas a ordem foi revogada pouco antes da ação policial. Mesmo assim, ele foi conduzido à sede da Polícia Federal na capital federal para prestar depoimento.

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Em nota oficial, a Polícia Federal confirmou o cumprimento dos mandados de prisão e de busca e apreensão, mas não divulgou os nomes dos envolvidos. Gilson Machado, por sua vez, negou qualquer envolvimento com atos ilegais e afirmou que sua atuação se restringiu a uma tentativa de renovação do passaporte de seu pai, de 85 anos.

“Não cometi crime algum. Não matei, não roubei, não trafiquei drogas. O que fiz foi apenas pedir informações sobre a renovação do passaporte do meu pai. É só verificarem as ligações e os áudios que enviei ao consulado. Tudo o que fiz foi um gesto de cuidado com meu pai, nada além disso”, declarou Machado em nota. “A justiça divina tarda, mas não falha.”

O Partido Liberal (PL), legenda à qual o ex-ministro é filiado, informou que acompanha “com atenção” o caso e aguarda mais informações sobre os desdobramentos da investigação.

Empresário e sanfoneiro de forró, Gilson Machado é sócio de uma pousada de luxo em São Miguel dos Milagres (AL) e ficou conhecido por tocar sanfona nas lives semanais que Bolsonaro fazia durante seu governo. Ele presidiu a Embratur e comandou o Ministério do Turismo entre 2019 e 2022. Após deixar o governo, disputou as eleições para o Senado e, mais recentemente, para a prefeitura do Recife, mas não foi eleito.

De acordo com informações do G1, a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao STF, na última terça-feira (10), a abertura de inquérito para apurar a conduta de Machado. A Polícia Federal afirma possuir indícios de que o ex-ministro tentou interferir junto ao Consulado de Portugal no Recife para obter o passaporte em nome de Mauro Cid.

A PGR, por meio de sua assessoria, informou que o caso segue sob segredo de justiça e, por isso, detalhes não estão sendo divulgados.

O filho do ex-ministro, Gilson Filho, também se pronunciou sobre a prisão. “Estou muito triste com isso. Meu pai é um exemplo para mim. Me ensinou valores como integridade e família. Nunca cometeu um crime. Estarei ao lado dele e da minha mãe, apoiando-os neste momento.”

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