Casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave caem no Brasil, mas seguem em níveis altos e preocupam entre idosos e crianças

Boletim da Fiocruz destaca VSR como principal vilão para crianças e influenza A para idosos; vacinação continua sendo fundamental para conter agravamento.

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O boletim semanal InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (17) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, aponta uma diminuição dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na maior parte do país, embora os níveis de incidência ainda permaneçam elevados.

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O levantamento mostra que crianças pequenas seguem como as mais afetadas pela SRAG, principalmente pelo vírus sincicial respiratório (VSR), enquanto entre os idosos a influenza A é a principal responsável por hospitalizações e óbitos. Desde o início de 2025, foram registradas 7.660 mortes por SRAG no Brasil.

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A pesquisadora do InfoGripe, Tatiana Portella, explica que, apesar da redução dos casos associados à influenza A e ao VSR em várias regiões, os números ainda inspiram atenção. “Por isso a vacina contra a gripe é fundamental para que a gente consiga reduzir ainda mais o número de casos graves provocados pelo vírus”, ressalta.

Os dados indicam que o VSR continua sendo o vírus mais relacionado aos casos graves de SRAG em crianças pequenas, seguido pelo rinovírus e pela influenza A. Já entre os idosos, a influenza A lidera as causas de hospitalização e mortalidade, sendo também significativa entre crianças menores.

Embora o rinovírus supere a influenza A em internações de crianças e adolescentes de 5 a 14 anos, o VSR ainda é o principal causador de quadros graves nos mais novos.

Mesmo com sinais de estabilização ou queda em alguns locais, o VSR ainda apresenta alta incidência na maioria dos estados, com exceção de Piauí, Tocantins e Distrito Federal, onde a situação melhorou.

Mortalidade entre idosos preocupa

A mortalidade por SRAG é maior entre os idosos, especialmente por causa da influenza A. Apesar da tendência geral de queda, há indícios de aumento de casos em idosos em Minas Gerais e no Pará, embora o vírus responsável por esse crescimento ainda não tenha sido identificado.

Na maioria dos estados da região Centro-Sul — com exceção de Goiás, Distrito Federal e Rio de Janeiro — e em alguns do Norte e Nordeste, os casos de SRAG por influenza A entre idosos ainda se mantêm em níveis de moderado a alto.

Situação nos estados

Todas as 27 unidades federativas apresentaram tendência de queda ou estabilidade nos últimos 45 dias, mas muitas ainda registram incidência alta, com destaque para estados do Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima), do Nordeste (Alagoas, Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco e Sergipe) e do Centro-Sul (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).

Entre os destaques negativos, Roraima ainda registra aumento de SRAG em crianças pequenas devido ao VSR; na Paraíba, o aumento ocorre entre os idosos por influenza A; e em Alagoas, há sinais de retomada entre crianças, também associado ao VSR. Minas Gerais e Pará apontam indícios de crescimento entre os idosos, ainda sem definição do vírus causador.

No Rio de Janeiro, há leve aumento de SRAG por Covid-19 em idosos, mas sem impacto expressivo no total de internações. “Esse aumento ainda é leve. Precisamos aguardar para ver se vai se sustentar. Reforçamos a importância da vacinação contra a Covid-19, fundamental para manter baixos os níveis de hospitalizações e óbitos, especialmente entre idosos e imunocomprometidos, que precisam de reforço semestral”, alertou Portella.

Mortes no país

No acumulado do ano, já são 7.660 mortes por SRAG no Brasil. Destas, 4.112 (53,7%) tiveram diagnóstico positivo para algum vírus respiratório, 2.828 (36,9%) foram negativas e 154 (2%) ainda aguardam confirmação laboratorial.

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Entre os óbitos confirmados para vírus respiratórios, a maioria foi causada por influenza A (54,7%), seguida por Covid-19 (23,3%), VSR (10,7%), rinovírus (10,2%) e influenza B (1,7%).

A Fiocruz reforça a importância da vacinação para conter o avanço de casos graves, principalmente entre os grupos mais vulneráveis, como crianças pequenas, idosos e pessoas com comorbidades.

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