Uma comissão de alto nível do Vaticano votou contra a permissão para que mulheres católicas possam atuar como diaconisas, mantendo a prática de um clero exclusivamente masculino. A conclusão consta em um relatório entregue ao papa Leão XIV e divulgado nesta quinta-feira (4).
De acordo com o documento, a votação terminou em 7 a 1. A comissão afirmou que a pesquisa histórica e a investigação teológica realizadas até agora “excluem a possibilidade” de autorizar mulheres a assumirem o diaconato neste momento. Apesar disso, o grupo recomendou que o tema siga sendo estudado de forma aprofundada.
O relatório ressalta que a avaliação é “forte”, mas “não permite, até o momento, a formulação de um julgamento definitivo” sobre uma possível mudança na prática da Igreja.
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O debate sobre a presença de mulheres no diaconato tem provocado discussões internas na Igreja Católica ao longo da última década. Diáconos são ordenados e podem realizar batismos, testemunhar casamentos e presidir funerais, além de auxiliar em serviços litúrgicos. Em algumas regiões, podem ainda conduzir paróquias na ausência de um padre — embora a celebração da missa continue sendo exclusiva dos sacerdotes.
O falecido papa Francisco chegou a criar duas comissões para estudar historicamente o papel das mulheres como diaconisas, ambas com trabalhos mantidos em sigilo. O relatório divulgado nesta quinta-feira marca a primeira vez que conclusões sobre o tema vêm a público.
Leão XIV, eleito em maio e ainda pouco conhecido no cenário internacional, não manifestou posição oficial sobre a possibilidade de mulheres exercerem o diaconato.
A discussão também evoca precedentes históricos. Defensores da proposta citam registros dos primeiros séculos da Igreja, incluindo a menção à mulher Phoebe como diaconisa em uma das cartas do apóstolo São Paulo.
