Dívida Pública Federal ultrapassa R$ 7,5 trilhões pela primeira vez na história

Crescimento foi impulsionado pelos juros, mesmo com resgates de títulos superiores às emissões; indicador ainda está abaixo da previsão para 2025.

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A Dívida Pública Federal (DPF) atingiu em março um novo recorde histórico, superando pela primeira vez a marca de R$ 7,5 trilhões. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Tesouro Nacional, o estoque da dívida passou de R$ 7,492 trilhões em fevereiro para R$ 7,508 trilhões no mês passado, uma alta de 0,22%.

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Apesar do aumento, o valor ainda está abaixo do intervalo previsto para o fim de 2025, que, de acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), deve ficar entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões. A marca de R$ 7 trilhões havia sido superada pela primeira vez em junho do ano passado.

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A alta da dívida foi impulsionada pela apropriação de juros — mecanismo pelo qual o Tesouro reconhece, mensalmente, os rendimentos que incidem sobre os títulos públicos. Somente em março, essa correção representou R$ 74,09 bilhões, superando o resgate líquido de R$ 52,99 bilhões realizado pelo governo.

A Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi), composta por títulos emitidos no mercado doméstico, subiu 0,29% e passou de R$ 7,178 trilhões para R$ 7,199 trilhões. Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe), atrelada ao dólar e emitida fora do país, recuou 1,53%, de R$ 314,34 bilhões para R$ 309,54 bilhões, acompanhando a queda do câmbio no período.

Colchão da dívida encolhe

O colchão da dívida pública — uma reserva financeira usada em momentos de instabilidade — apresentou leve queda, passando de R$ 889 bilhões em fevereiro para R$ 869 bilhões em março. O recuo foi atribuído principalmente aos elevados resgates líquidos realizados no mês. Atualmente, o colchão é suficiente para cobrir 6,72 meses de vencimentos, enquanto os compromissos com títulos federais somam R$ 1,404 trilhão nos próximos 12 meses.

Mudanças na composição da dívida

A composição da DPF também sofreu alterações em março, com destaque para a redução da participação dos títulos atrelados à taxa Selic, que passaram de 47,77% para 46,38%. Já os papéis prefixados aumentaram sua fatia de 20,54% para 21,51%, enquanto os títulos indexados à inflação subiram de 27,51% para 28,01%. A parcela da dívida atrelada ao câmbio caiu levemente, de 4,18% para 4,11%.

O prazo médio da dívida pública também aumentou, passando de 4,08 para 4,12 anos, sinalizando maior confiança dos investidores na capacidade do governo de honrar seus compromissos de longo prazo.

Quem detém a dívida

As instituições financeiras seguem liderando entre os detentores da dívida interna, com 30,5% de participação. Os fundos de pensão vêm em seguida, com 24,1%, e os fundos de investimento, com 21,5%. A participação de investidores estrangeiros recuou ligeiramente de 9,7% para 9,6%, mantendo a tendência de retração após ter alcançado 11,2% em novembro do ano passado.

A dívida pública é o principal instrumento de financiamento do governo federal. Por meio dela, o Tesouro capta recursos com investidores para cobrir déficits e financiar políticas públicas, comprometendo-se a devolver os valores acrescidos de juros em prazos previamente acordados.

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