Surto de febre maculosa em Campinas: adolescente de 16 anos é a quarta vítima fatal

Secretaria de Saúde confirma morte da jovem e identifica fazenda como possível foco de infecção

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A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou na noite desta terça-feira (13) a morte de uma adolescente de 16 anos de idade, internada em um hospital privado no município com suspeita de febre maculosa. A jovem foi hospitalizada na sexta-feira (9) e seu caso já havia sido notificado à Vigilância em Saúde como suspeito de febre maculosa, dengue, leptospirose ou meningite. O material coletado está em análise no Instituto Adolfo Lutz, e a causa da doença ainda não foi confirmada.

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A família só comunicou o fato de que a adolescente esteve em um evento na Fazenda Santa Margarida nesta terça-feira (13), ao ver a repercussão de mortes por febre maculosa na imprensa. Outras três pessoas que estiveram na fazenda no dia 27 de maio morreram em consequência de complicações da doença. A propriedade está localizada no distrito de Joaquim Egídio, região leste da cidade, e é considerada o local provável da infecção.

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“Em razão das confirmações, a ocorrência configura-se como um surto de febre maculosa localizado. O distrito de Joaquim Egídio é mapeado como área de risco para a doença”, informou a Secretaria de Saúde de Campinas por meio de nota.

Além da adolescente, a Secretaria de Saúde confirmou na tarde de terça-feira que a doença causou as mortes de um empresário de 42 anos, de Jundiaí, e de uma mulher de 28 anos, de Hortolândia. Na noite de segunda-feira (12), já havia sido confirmada a mesma causa para a morte da namorada do empresário, uma dentista de 36 anos, moradora de São Paulo.

A prefeitura de Campinas está tomando medidas de prevenção, com informações e mobilização contra a febre maculosa na Fazenda Santa Margarida e região. Novos eventos no local só serão permitidos após os proprietários apresentarem um plano de contingência ambiental e de comunicação.

A febre maculosa é uma doença infecciosa transmitida pela picada do carrapato estrela, que na fase adulta é marrom e tem o tamanho de um feijão verde. O parasita depende de sangue de outros seres para sobreviver e pode ser encontrado em cachorros, gatos, cavalos, bois e capivaras, que são os hospedeiros mais comuns.

A doença não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa pelo contato, e seus sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças que causam febre alta. Em humanos, a enfermidade se caracteriza por febre e máculas (manchas) vermelhas no corpo, além de fraqueza, dor de cabeça, muscular e nas articulações, tudo de início súbito.

A febre maculosa pode levar à morte rapidamente se não for tratada. No entanto, se diagnosticada precocemente e tratada com antibióticos nos primeiros três dias de manifestações clínicas, a doença tem cura. Caso contrário, quando a bactéria se espalha pelas células que formam os vasos sanguíneos, o quadro pode se tornar irreversível.

Em São Paulo, existem duas espécies da bactéria causadora da febre maculosa. Segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo (CVE), na região metropolitana da capital há poucos registros devido à urbanização da área. No interior do estado, a doença passou a ser detectada a partir da década de 1980, principalmente nas regiões de Campinas, Piracicaba e nas áreas periféricas da região metropolitana de São Paulo e do litoral, embora em uma forma mais branda.

Atualmente, Campinas e Piracicaba são os dois municípios com o maior número de casos registrados da doença.

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