Uma empresa de biotecnologia dos Estados Unidos anunciou a criação dos primeiros filhotes geneticamente modificados com características semelhantes às do extinto lobo terrível (Canis dirus), espécie que desapareceu há cerca de 13 mil anos. A novidade foi revelada pela Colossal Biosciences, uma empresa especializada em “desextinção” de espécies, como o mamute-lanoso e o tigre-da-Tasmânia.
A experiência pioneira envolveu uma combinação de engenharia genética e reprodução assistida. A equipe da Colossal utilizou DNA de lobos modernos e, com técnicas de edição genética, introduziu genes que restauram traços físicos e comportamentais dos lobos terríveis. O resultado foi o nascimento de três filhotes saudáveis, considerados os primeiros “lobos terríveis” da era moderna.
Apesar de não serem clones exatos da espécie extinta, os animais possuem traços fenotípicos e comportamentais semelhantes, como porte mais robusto, focinho largo e características dentárias específicas. A empresa explica que os filhotes são o início de uma linhagem geneticamente projetada para resgatar, em parte, as funções ecológicas que os lobos terríveis exerciam em seu habitat original.
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O lobo terrível foi uma das maiores espécies de canídeos da pré-história e habitou principalmente a América do Norte. Com até 1,5 metro de comprimento e cerca de 70 kg, ele era um dos principais predadores do Pleistoceno. Sua fama ganhou um impulso cultural após ser retratado como o “lobo gigante” da série Game of Thrones.
A Colossal Biosciences destaca que o projeto vai além da curiosidade científica: o objetivo é explorar maneiras de restaurar espécies-chave nos ecossistemas, o que poderia ajudar no combate à perda de biodiversidade e no equilíbrio ambiental. “Estamos combinando ciência de ponta com conservação para reimaginar o que é possível na luta contra a extinção”, afirmou a empresa em comunicado.
A iniciativa, no entanto, também levanta debates éticos e ambientais. Especialistas questionam os riscos de reintroduzir animais extintos ou modificados em habitats modernos e os possíveis impactos ecológicos dessa prática. Ainda assim, a Colossal afirma que a experiência está sendo conduzida com rigor científico e responsabilidade ambiental.
Os filhotes, atualmente em observação em um centro de pesquisa nos Estados Unidos, serão monitorados por tempo indeterminado para avaliar saúde, comportamento e integração com outras espécies.