O deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) negou ter qualquer relação com os fatos investigados na Operação Underhand, deflagrada nesta terça-feira (8) pela Polícia Federal (PF) para apurar supostos desvios de recursos públicos destinados a municípios do Ceará por meio de emendas parlamentares.
Em nota divulgada por sua assessoria, Mano declarou que, como parlamentar, não exerce funções executivas ou administrativas em prefeituras, não participa de processos licitatórios e tampouco integra comissões de licitação, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos.
“O parlamentar reafirma sua confiança nas instituições, em especial no Poder Judiciário e na Polícia Judiciária Federal, e reitera seu compromisso com a legalidade, a transparência e o exercício probo da função pública”, disse a assessoria, acrescentando que o deputado está convencido de que, ao final das apurações, “a verdade dos fatos prevalecerá, com o completo esclarecimento das circunstâncias e o reconhecimento de sua correção de conduta”.
Também por meio de nota, o líder do PSB na Câmara dos Deputados, Pedro Campos, manifestou apoio ao colega de partido e afirmou esperar que todos os fatos sejam esclarecidos “com a máxima brevidade possível” e que seja garantido o devido processo legal e o direito à ampla defesa dos investigados.
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De acordo com a PF, integrantes de uma suposta organização criminosa teriam fraudado processos licitatórios e contratos firmados por prefeituras para desviar e se apropriar de recursos públicos. A corporação informou ainda que as condutas investigadas configuram possíveis crimes de organização criminosa, captação ilícita de sufrágio, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com fins eleitorais.
Além de Júnior Mano, outras cinco pessoas são alvo da operação, que foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. Como a investigação corre sob sigilo, os nomes dos demais investigados não foram divulgados.
Ao todo, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em Brasília e nos municípios cearenses de Fortaleza, Baixio, Canindé, Eusébio e Nova Russas. A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), Mendes também determinou o bloqueio de R$ 54 milhões em bens e valores pertencentes aos investigados ou a empresas nas quais eles têm participação.
O ministro ainda autorizou o acesso aos dados telemáticos de celulares apreendidos, o compartilhamento integral das provas com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a abertura de uma investigação específica para aprofundar a apuração sobre eventual participação de autoridades com foro privilegiado na destinação e execução ilícitas de emendas parlamentares.