Aumento alarmante de amputações de membros inferiores preocupa especialistas e impacta o SUS

Mais de 282 mil cirurgias realizadas pelo SUS desde 2012 alertam para o crescimento preocupante do número de amputações no Brasil, com destaque para casos relacionados ao diabetes.

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Uma análise detalhada dos dados do Sistema Único de Saúde (SUS) revela um cenário preocupante no Brasil, com um aumento expressivo no número de amputações de membros inferiores, incluindo pernas e pés. De acordo com um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), entre janeiro de 2012 e maio de 2023, mais de 282 mil procedimentos cirúrgicos desse tipo foram realizados no sistema de saúde público do país. O ano passado registrou um recorde alarmante, com 31.190 amputações, equivalendo a uma média de 85 procedimentos por dia.

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Os dados revelam uma tendência preocupante de aumento no número de amputações e desarticulações de membros inferiores em todo o país. A SBACV alerta que, considerando os primeiros cinco meses de 2023, o ano se projeta como o pior da série histórica iniciada em 2012. Durante esse período, foram realizadas pelo menos 12.753 cirurgias, superando os 12.350 registros do mesmo período em 2022.

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A síndrome do pé diabético se destaca como uma das principais causas desse aumento, sendo responsável por mais da metade dos casos de amputações. No entanto, outros fatores de risco, como tabagismo, hipertensão arterial, dislipidemia, idade avançada, insuficiência renal crônica, estados de hipercoagubilidade e histórico familiar, também estão contribuindo para esse cenário alarmante.

Um dado particularmente preocupante é a falta de conhecimento por parte dos pacientes sobre seu estado de saúde. A estimativa global aponta que uma em cada cinco pessoas com diabetes desconhece sua condição. Muitos pacientes só buscam assistência médica quando as complicações da doença já estão avançadas.

O estudo da SBACV também revela que pacientes com diabetes e úlceras nos pés apresentam uma taxa de mortalidade duas vezes maior em comparação com pacientes diabéticos sem úlceras. Cerca de 10% dos pacientes submetidos à amputação de um membro inferior morrem durante o período perioperatório, e esse número aumenta para 30% no primeiro ano após a amputação, chegando a 70% no quinto ano.

O problema das amputações não é uniforme em todo o Brasil. As regiões Sudeste e Nordeste lideram em números absolutos, com a primeira realizando mais de 42% de todas as cirurgias no país. O estado de Alagoas registrou o maior aumento no número de amputações, com um crescimento de 214% desde 2012. Outros estados, como Ceará, Amazonas, Bahia e Rondônia, também apresentaram aumentos significativos.

Além do impacto na saúde pública, o aumento nas amputações também sobrecarrega os cofres públicos, com um gasto de R$ 78,7 milhões em 2022 e um total de R$ 799 milhões ao longo da série histórica, resultando em uma média nacional de R$ 2.962,28 por procedimento.

Para reverter esse quadro preocupante, a SBACV destaca a importância da prevenção, especialmente no caso do diabetes. Medidas como controlar o nível glicêmico no sangue, praticar atividade física, manter uma alimentação equilibrada e adotar cuidados específicos com os pés podem fazer a diferença na redução das amputações.

A entidade enfatiza que a informação é uma das armas mais poderosas na luta contra as amputações evitáveis. A auto-observação diária, o reconhecimento de sinais de alerta precoces e a busca por assistência médica ao menor sinal de problemas nos pés podem salvar vidas e evitar procedimentos cirúrgicos dolorosos.

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