O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) determinou a retirada de circulação dos lotes 016/2024 e 018/2024 da vacina Excell 10, utilizada na prevenção da clostridiose em animais, após notificações de possíveis reações adversas. Segundo a pasta, já foram registrados 194 óbitos de ovinos, 4 de caprinos e 1 de bovino possivelmente relacionados ao imunizante, produzido pelo laboratório Dechra Brasil Produtos Veterinários.
A notificação inicial foi feita pela Agência de Defesa Agropecuária do Piauí, em 12 de agosto. No dia seguinte, o Mapa abriu fiscalização e solicitou relatórios à empresa. Em 14 de agosto, fiscais estiveram em Londrina (PR), onde está localizado o laboratório fabricante, e no dia 15 foi emitida ordem de apreensão cautelar dos lotes suspeitos em distribuidoras.
A apreensão teve início no dia 18, em uma distribuidora de Teresina (PI), com coleta de amostras para análise em laboratório da rede oficial. O Mapa também determinou que o fabricante apresentasse um levantamento da distribuição da vacina em todo o país.
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De acordo com o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, o ministério está atuando de forma coordenada com órgãos estaduais para esclarecer as causas dos óbitos.
“As ações de fiscalização e investigação seguem em andamento, por meio de inspeções no fabricante, além de testes em amostras dos lotes e em animais que vieram a óbito. A estimativa inicial de conclusão do processo é de 60 dias”, destacou.
A clostridiose é uma doença letal provocada por toxinas de bactérias do gênero Clostridium spp., que pode causar sintomas como inchaço muscular, manqueira, incoordenação motora, tremores e convulsões. Apesar do caso, o Mapa ressalta que a vacinação continua sendo considerada uma estratégia eficaz para o controle da enfermidade.
Em nota, a Dechra Brasil reconheceu os relatos de reações adversas e afirmou estar colaborando com o ministério. “Estamos investigando a situação junto com o Mapa. Como precaução suspendemos as vendas e recolhemos os lotes 016/24 e 018/24”, informou a empresa, que disponibilizou canais para relatos de casos: 0800 400 7997 ou (43) 99135-1168.