Na manhã desta quarta-feira (21), foi realizada a I Plenária de Igualdade Racial do Município de Itapipoca, com o tema “Igualdade e Democracia: reparação e políticas raciais”. O encontro teve como objetivo refletir sobre as políticas de ação afirmativa e reconhecer a presença ancestral e cultural da população negra e indígena no município.
A plenária destacou a importância da ancestralidade presente na Comunidade Quilombola de Nazaré, na Comunidade Indígena da Barra do Mundaú, nas casas de religiões de matriz africana, bem como nas periferias da cidade. A diversidade étnico-racial de Itapipoca foi apontada como uma expressão viva de resistência histórica, que ressignifica datas como o 13 de maio de 1888, entendendo que esse não é um dia de celebração, mas de luta e memória para o povo negro.
Veja também
Durante o evento, foi enfatizada a necessidade de se perceber a transversalidade das políticas públicas nas secretarias de governo, promovendo a efetiva aplicação de ações afirmativas e o enfrentamento do racismo institucional.
O momento de encerramento da plenária foi marcado por um ato institucional: a assinatura do Projeto de Lei Municipal Antirracista Francisca Góis, realizada pelo prefeito Felipe Pinheiro. Também foi feita a leitura da Carta de Itapipoca, que será encaminhada à Conferência Regional Litoral Oeste, Vale do Curu e Litoral Norte, prevista para acontecer em junho no campus do IFCE de Itapipoca.
O professor Régis Alves, presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Itapipoca, ressaltou a importância da mobilização da sociedade civil e do compromisso da gestão municipal com a política de reparação à população negra. Entre as ações destacadas por ele estão a criação da lei de cotas no serviço público municipal, a implantação da Coordenadoria de Direitos Humanos e Igualdade Racial, a Supervisão da Educação para as Relações Étnico-Raciais e a formação do Grupo de Pesquisa Kalunga, que reúne professores e pesquisadores negros do município.