O Pix completa, neste domingo (16), cinco anos como o principal método de pagamento utilizado no Brasil. Lançado pelo Banco Central (BC) em novembro de 2020, o sistema de transferências instantâneas revolucionou a forma como os brasileiros movimentam dinheiro e já domina o mercado nacional. Somente no ano passado, o Pix movimentou R$ 26,4 trilhões — quase o dobro do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2024.
De janeiro a outubro deste ano, as transações via Pix alcançaram R$ 28 trilhões, segundo dados do Banco Central, consolidando o meio de pagamento como o mais utilizado entre consumidores e empresas.
Inclusão financeira e redução de tarifas
O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC, Renato Gomes, afirmou em transmissão online que a ferramenta ampliou o acesso da população ao sistema bancário e reduziu custos operacionais.
“Por um lado, teve essa redução de custo de distribuição de dinheiro. Por outro lado, teve esse aumento da fatia de clientes e do consumo dos clientes e, obviamente, como o Pix trouxe muita concorrência com o sistema de pagamentos, acabou havendo uma redução de tarifas”, explicou.
Inicialmente projetado para facilitar transferências entre pessoas físicas, o Pix passou a incorporar novas funcionalidades ao longo dos anos, como o Pix Cobrança — que funciona como um boleto digital — e o Pix Automático, alternativa ao débito automático.
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Atualmente, mais de 170 milhões de adultos e 20 milhões de empresas utilizam o serviço.
Tecnologia desenvolvida no Brasil
As discussões para criação do sistema começaram oficialmente em 2016. O Banco Central divulgou, em 2018, os requisitos fundamentais da plataforma, que ganhou nome e identidade visual em fevereiro de 2020.
O lançamento experimental ocorreu em 3 de novembro de 2020, inicialmente restrito a até 5% dos clientes das instituições financeiras e em horários limitados. O funcionamento pleno, 24 horas por dia, começou em 16 de novembro do mesmo ano.
Pix vira alvo de investigação nos Estados Unidos
O sucesso e a rápida expansão do Pix também repercutiram no exterior. No contexto das tensões diplomáticas envolvendo o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe após as eleições de 2022, o sistema brasileiro se tornou alvo de uma investigação comercial iniciada pelo governo Donald Trump.
Os EUA alegam que o Pix poderia prejudicar empresas financeiras americanas. Em resposta enviada ao Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), o governo brasileiro afirmou que o sistema busca reforçar a segurança do mercado financeiro nacional e não discrimina empresas estrangeiras.



