O papa Leão XIV instruiu nesta sexta-feira (12) os novos bispos da Igreja Católica a enfrentar de forma firme e transparente os casos de abusos sexuais cometidos por padres, alertando que as denúncias não podem ser escondidas. A declaração foi divulgada em um texto oficial do Vaticano.
Escândalos de abuso sexual abalaram a Igreja em diferentes países nas últimas décadas, prejudicando sua autoridade moral, provocando ações judiciais de grande impacto financeiro e levando à renúncia de diversos bispos.
“[As alegações] não podem ser colocadas em uma gaveta”, afirmou o pontífice durante reunião a portas fechadas com cerca de 200 bispos nomeados no último ano para liderar dioceses ao redor do mundo, segundo resumo oficial divulgado pelo Vaticano.
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Leão XIV destacou que os casos devem ser enfrentados “com senso de misericórdia e verdadeira justiça, em relação às vítimas e aos acusados”.
Eleito em maio, após a morte do papa Francisco, Leão XIV já havia orientado padres a serem “firmes e decisivos” no combate ao abuso sexual. Seu antecessor, que liderou a Igreja por 12 anos, fez do enfrentamento a esses crimes uma prioridade de seu pontificado, embora os resultados tenham sido considerados mistos.
Além de reforçar o compromisso de continuidade, o novo papa também demonstrou apoio a outras pautas defendidas por Francisco. Na reunião com os bispos, incentivou-os a promover uma Igreja mais acolhedora e aberta a todas as pessoas, seguindo o espírito do pontífice anterior.
Leão XIV ainda ressaltou que os clérigos precisam estar mais próximos da sociedade atual: “Renovem seu contato com o mundo a fim de responder às perguntas que os homens e mulheres de nosso tempo estão fazendo. Respostas prontas aprendidas há 25 anos no seminário não são suficientes”.