Ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu R$ 17,5 milhões via Pix nos primeiros seis meses de 2023, indica relatório do Coaf

Valores considerados atípicos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras geram investigação sobre suposta lavagem de dinheiro

Portal Itapipoca Portal Itapipoca
3 Min Read
- PUBLICIDADE -

Em um relatório entregue à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apresentou informações reveladoras sobre as movimentações financeiras do ex-presidente Jair Bolsonaro nos seis primeiros meses deste ano. De acordo com o documento, Bolsonaro recebeu R$ 17,5 milhões via Pix nesse período, em um total de 769 mil transações registradas entre 1º de janeiro e 4 de julho. O Coaf classifica essas movimentações como atípicas e suspeita que os recursos tenham sido utilizados para pagar multas judiciais recebidas pelo ex-presidente, além de parte do valor ter sido convertido em aplicações financeiras.

- CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE -

As informações contidas no relatório foram inicialmente divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo e posteriormente confirmadas pela TV Brasil. Dentre os remetentes dos valores, o documento lista nomes de empresários, militares, agricultores e advogados. Além disso, pelo menos 18 pessoas enviaram valores que variam entre R$ 5 mil e R$ 20 mil. Destaca-se também que o partido do ex-presidente, o PL, realizou duas operações de transferência no montante de quase R$ 48 mil.

- CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE -

A suspeita levantada pelo Coaf se estende também para o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, que está sob custódia desde o início de maio. Segundo o relatório, suas contas bancárias apresentaram uma movimentação de quase R$ 4 milhões entre julho do ano passado e maio deste ano. A quantia chamou a atenção por ser incompatível com sua renda oficial de R$ 26 mil, levando a CPMI do Golpe a aprovar a quebra dos sigilos bancário e fiscal do militar. Entre as transações analisadas, destacou-se uma ordem de pagamento para os Estados Unidos no valor de R$ 368 mil, realizada em janeiro, enquanto Bolsonaro estava no país.

A defesa de Mauro Cid alega que todas as movimentações financeiras, inclusive as internacionais, são lícitas e foram devidamente esclarecidas à Polícia Federal. Já a defesa de Jair Bolsonaro classificou a divulgação das informações bancárias do ex-presidente como uma “inaceitável” e “criminosa” violação de sigilo bancário. Segundo seus advogados, os valores recebidos por Bolsonaro têm origem absolutamente lícita, sendo provenientes de doações feitas por seus apoiadores.

O relatório do Coaf e as movimentações atípicas envolvendo o ex-presidente levantam questionamentos sobre a utilização do sistema Pix para grandes transações financeiras e alimentam a discussão sobre a transparência nas doações políticas e a possibilidade de lavagem de dinheiro. A CPMI seguirá investigando o caso para esclarecer a origem e a legalidade desses recursos e suas implicações.

Compartilhe
Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

- Advertisement -

Conteúdo protegido!

 

Você não tem permissão para copiar/reproduzir nosso conteúdo!

Enviar mensagem
1
Fale conosco
Envia sua notícia ou denúncia para a nossa equipe de jornalismo!