Defesa de Bolsonaro pede absolvição no STF em ação sobre suposta trama golpista

Manifestação foi apresentada nesta quarta-feira (13) e é a última etapa antes do julgamento, que deve ocorrer em setembro.

Portal Itapipoca Portal Itapipoca
3 minuto(s) de leitura

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou, nesta quarta-feira (13), ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de absolvição na ação penal que apura a suposta participação do ex-mandatário em uma trama golpista. A manifestação foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, no prazo final para que os advogados dos réus protocolem suas alegações finais — que se encerra às 23h59 de hoje.

- CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE -

As alegações finais representam a última oportunidade de manifestação das defesas antes do julgamento, que poderá resultar na condenação ou absolvição dos acusados.

- CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE -

No documento, os advogados afirmam que Bolsonaro não cometeu atos para promover um golpe de Estado ou tentar reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022.

“A verdade, que a muitos não interessa, é que não há uma única prova que atrele o Peticionário ao plano ‘Punhal Verde e Amarelo’, ou aos atos dos chamados Kids Pretos, e muito menos aos eventos de 8 de janeiro”, declarou a defesa.

Além de Bolsonaro, outros seis aliados deverão apresentar suas alegações nesta quarta-feira. O ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada, já havia entregue sua manifestação no mês passado.

Réus do núcleo 1

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF;
  • Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Paulo Sérgio Nogueira (general) – ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto – ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de 2022;
  • Mauro Cid (tenente-coronel) – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Críticas à condução do processo
A defesa classificou a ação como “histórica e inusitada”, alegando que os réus são tratados como culpados antes mesmo de apresentarem suas defesas.

“Uma parte expressiva do país e a maioria da imprensa não quer um julgamento, quer apenas conhecer a quantidade de pena a ser imposta”, afirmou.

Os advogados também questionaram a validade da delação de Mauro Cid, chamando-a de “manipulada desde o primeiro depoimento” e “imprestável”.

Próximos passos

Com a entrega das alegações finais, o ministro Alexandre de Moraes deverá liberar o caso para julgamento na Primeira Turma do STF. A data será marcada pelo presidente do colegiado, ministro Cristiano Zanin.

A expectativa é de que o julgamento ocorra em setembro. Além de Moraes e Zanin, compõem a turma os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Os réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado. Em caso de condenação, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Compartilhe
Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

- Advertisement -