CCJ do Senado aprova fim da reeleição e mandatos únicos de cinco anos para Executivo e Legislativo

Proposta de Emenda à Constituição também prevê unificação das eleições a partir de 2034; texto ainda será analisado pelo plenário do Senado.

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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (21), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 12/2022, que propõe o fim da reeleição para os cargos de presidente da República, governadores e prefeitos. O texto também aumenta os mandatos do Executivo, dos deputados e vereadores para cinco anos e propõe a unificação das eleições a partir de 2034.

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A proposta ainda precisa passar por votação no plenário do Senado antes de seguir para a Câmara dos Deputados. Um dos pontos mais debatidos foi o mandato dos senadores. Inicialmente, a proposta previa ampliar o tempo de oito para dez anos, mas, após críticas, o relator Marcelo Castro (MDB-PI) aceitou reduzir para cinco anos, igualando ao dos demais cargos eletivos.

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“A única coisa que mudou no meu relatório foi em relação ao mandato de senadores que estava com dez anos. Eu estava seguindo um padrão internacional, já que o mandato de senador sempre é mais extenso do que o de deputado. Mas senti que a CCJ estava formando maioria para mandatos de cinco anos, então me rendi a isso”, afirmou Castro.

Para viabilizar a transição das novas regras, a PEC estabelece um cronograma gradual. Em 2026, as regras atuais permanecem. Em 2028, prefeitos ainda poderão disputar a reeleição, mas os eleitos terão mandatos de seis anos. Isso permitirá que, a partir de 2034, todos os cargos coincidam em uma eleição única.

Já em 2030, será a última eleição com possibilidade de reeleição para governadores. A partir de 2034, todos os mandatos no Executivo e Legislativo passarão a ser de cinco anos, sem reeleição.

A proposta também altera as regras para o Senado. Os senadores eleitos em 2030 terão mandatos de nove anos, para que, a partir de 2039, todos os mandatos passem a ser de cinco anos. Além disso, os três senadores por estado passarão a ser eleitos de uma só vez. Hoje, o Senado se renova de forma alternada, com dois terços das cadeiras em uma eleição e um terço em outra.

Durante o debate, os parlamentares argumentaram que a reeleição desequilibra as disputas eleitorais, por favorecer quem já ocupa o cargo, e que as eleições a cada dois anos geram instabilidade administrativa e altos custos. Nenhum senador da comissão votou contra a proposta.

“Foi um malefício à administração pública do Brasil a introdução da reeleição, completamente contrária a toda a nossa tradição republicana. Acho que está mais do que na hora de colocarmos fim a esse mal”, defendeu o relator Marcelo Castro.

A possibilidade de reeleição foi incluída na Constituição em 1997, durante o primeiro mandato do então presidente Fernando Henrique Cardoso, que se beneficiou da mudança ao se reeleger em 1998.

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