A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (22), por 398 votos a favor e 30 contrários, o regime de urgência para a votação do projeto de resolução que cria a chamada Bancada Cristã. A proposta foi incluída na pauta no início da tarde pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e deve ser analisada em breve pelo plenário.
Se aprovada, a nova bancada — composta por deputados evangélicos e católicos — passará a integrar oficialmente o Regimento Interno da Câmara, somando-se às bancadas feminina e negra. O líder do novo grupo terá direito a participar das reuniões de líderes da Casa, com voz e voto, além de dispor de cinco minutos semanais para pronunciamentos no período das comunicações de liderança.
A proposta foi apresentada pelos presidentes das Frentes Parlamentares Evangélica e Católica, deputados Gilberto Nascimento (PSD-SP) e Luiz Gastão (PSD-CE), respectivamente. Segundo o texto, caberá à Bancada Cristã zelar pela participação de seus membros nas atividades e órgãos da Câmara dos Deputados.
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No requerimento, os autores argumentam que a criação da bancada formaliza uma realidade política e social já consolidada no país. “Tal medida reafirma o compromisso do Parlamento com a representatividade plural, assegurando que convicções morais partilhadas por grande parcela da população brasileira encontrem expressão legítima, organizada e transparente no processo legislativo”, diz o documento.
O texto também ressalta que as frentes evangélica e católica continuarão existindo e atuando de forma independente, mas poderão cooperar com a Bancada Cristã em pautas convergentes e que expressem valores comuns.
A proposta, no entanto, gerou polêmica no plenário. Após a votação, o presidente Hugo Motta afirmou que vai garantir um debate amplo sobre o tema antes da deliberação final.
