Barroso autoriza enfermeiros e técnicos a realizarem abortos legais e impede punições a profissionais da saúde

Decisão do ministro do STF garante que enfermeiros possam atuar em casos de aborto previstos em lei, como estupro e risco à vida da gestante, até que o plenário da Corte delibere sobre o tema.

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O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta sexta-feira (17) que enfermeiros e técnicos em enfermagem podem auxiliar na realização de abortos previstos em lei — como nos casos de estupro, risco à saúde da gestante e de fetos anencéfalos. A decisão também garante que esses profissionais não poderão ser punidos pelo exercício da função em tais situações.

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As determinações de Barroso foram proferidas em duas ações apresentadas por entidades da área da saúde, que relataram dificuldades enfrentadas por mulheres na rede pública ao buscar o aborto legal. Com a decisão, o ministro entendeu que os profissionais de enfermagem estão aptos a atuar na interrupção da gestação, desde que as atividades estejam compatíveis com o nível de formação e envolvam, especialmente, o aborto medicamentoso em estágios iniciais da gravidez.

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Para assegurar proteção jurídica aos profissionais, Barroso estendeu a aplicação do artigo 128 do Código Penal — que já isenta médicos de punição em casos de aborto legal — também a enfermeiros e técnicos em enfermagem.

“No presente caso, não era possível ao legislador da década de 1940 antever que a tecnologia evoluiria a ponto de a interrupção da gravidez poder ser realizada de maneira segura por profissionais que não são médicos. Não se pode permitir, todavia, que o anacronismo da legislação penal impeça o resguardo de direitos fundamentais consagrados pela Constituição”, destacou o ministro em sua decisão.

O ministro também determinou a suspensão de processos penais e administrativos abertos contra enfermeiros e proibiu a criação de obstáculos para a realização do aborto legal no sistema público de saúde.

A decisão de Barroso tem efeito imediato, mas ainda precisará ser confirmada pelo plenário do Supremo Tribunal Federal.

Mais cedo, o ministro também se manifestou a favor da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. Os votos desta sexta-feira representam os últimos atos de Barroso como integrante do STF — ele deixará a Corte neste sábado (18), após anunciar aposentadoria antecipada do cargo.

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