Ministro da Previdência diz ter sido surpreendido por fraudes no INSS: “Não tinha noção exata de tantas coisas erradas”

Carlos Lupi afirmou que esquema envolvia quadrilhas organizadas e destacou que apuração das irregularidades teve início no atual governo; prejuízo pode ultrapassar R$ 6 bilhões.

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O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, afirmou nesta terça-feira (29) que ficou surpreso com a dimensão das fraudes envolvendo descontos indevidos em aposentadorias e pensões pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A declaração foi feita durante audiência na Comissão de Previdência da Câmara dos Deputados, que durou mais de cinco horas.

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“Eu praticamente fui surpreendido com o volume disto. Sabia que tinha uma denúncia aqui ou acolá, a gente sempre soube. A gente recebia queixa, a própria plataforma do INSS aparecia algumas pessoas se queixando. Mas nesse quantitativo, com uma organização, com uma quadrilha verdadeira [não imaginava]”, disse Lupi aos parlamentares.

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Segundo o ministro, a apuração das irregularidades foi iniciada na atual gestão e revelou a atuação de grupos organizados que criaram entidades com o objetivo de desviar recursos de beneficiários do INSS. “Acho que as partes têm que se entender, fazer um crediário, fazer um Pix, entre as partes. O INSS com isso passa a ter mais trabalho que não é a sua função principal, fazer o desconto, deixando de atender milhões de pessoas que estão na fila”, criticou.

Lupi foi convidado para prestar esclarecimentos antes da deflagração da operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal (PF) em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU). A investigação mira o esquema de cobranças irregulares relacionadas a mensalidades associativas.

Essas mensalidades são contribuições pagas por aposentados, pensionistas ou profissionais de determinadas categorias para associações, sindicatos ou entidades de classe que representam seus interesses. No entanto, a fraude identificada consistia na cobrança indevida desses valores sem autorização dos beneficiários.

De acordo com os investigadores, o esquema operava há anos e pode ter causado prejuízos superiores a R$ 6 bilhões aos cofres públicos e aos segurados. A atuação das organizações criminosas teria se aproveitado da fragilidade dos mecanismos de controle para inserir descontos não autorizados diretamente nos benefícios pagos pelo INSS.

As investigações continuam, e novas fases da operação não estão descartadas pelas autoridades federais.

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